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Entre outras reivindicações, está o vínculo empregatício por CLT. Foto: Marcos Santos/USP Imagens.
Os motociclistas responsáveis pelas entregas solicitadas via aplicativos devem realizar a primeira greve da categoria na próxima quarta-feira, 1º de julho.
De acordo com o site Mobile Time, a paralisação começa por volta das 9h e deve atingir as principais praças nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Entre as reivindicações, está a busca de uma legislação específica para a categoria, direito à defesa nos casos de bloqueio e banimento do entregador da plataforma e a responsabilidade das empresas em fornecer EPIs para proteção contra o novo coronavírus.
Além disso, os entregadores buscam melhores condições de pagamento e trabalho, seguros de vida e acidentes bancados pelos apps, além de garantir o direito à contratação por CLT. Atualmente os entregadores trabalham como autônomos.
O Sindicato dos Motociclistas de São Paulo (SindimotoSP) se organiza para a greve começar com concentração a partir de sua sede, na zona sul de São Paulo.
Com expectativa de juntar 10 mil motoboys, a entidade de classe pretende fazer uma ‘motorreata’ até a sede do Ministério Público do Trabalho, ando antes pelas principais ruas da capital.
“Esse movimento é contra a precarização do setor. Hoje os meninos têm mais trabalho (mais horas rodando) e menos corridas, fazendo com que trabalhem mais ganhando menos”, afirmou Gerson Cunha, vice-presidente do SindimotoSP, ao Mobile Time.
O sindicato disse que as empresas proprietárias do app não procuraram a entidade de classe, mas ressaltou que “não tem negociação”, pois a questão já está no judiciário.
As empresas 99, Delivery Center, James, iFood, Loggi, Uber e Rappi, além da Associação Brasileira de O2O (ABO2O), que reúne as plataformas que atuam neste meio comercial, foram procuradas pelo Mobile Time para esclarecimento de suas posições sobre a greve.
A 99, controladora do 99Food, disse que desde o início da pandemia adotou medidas para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, como o fundo de apoio financeiro para entregadores parceiros diagnosticados com a doença, distribuição de máscaras e álcool em gel e envio de mensagens de prevenção pelo aplicativo.
Além disso, destacou a duplicação de gorjetas oferecidas pelos clientes, distribuição de lacres de segurança para os restaurantes e implementação de entregas sem contato.
O iFood informou que segue critérios para desativar e reativar os motoboys na plataforma, lembrou que oferece seguro de acidente pessoal sem custos aos motoboys desde 2019, do momento que faz o até o retorno para sua casa, até 30 km depois de sua última corrida.
Desde março, a empresa afirma que implementou medidas protetivas contra o novo coronavírus, disponibilizando um fundo de benefícios – com R$ 25 milhões gastos até o momento – em saúde para os entregadores e distribuindo kits de higienização com duração para um mês.
A Movile disse que o valor médio por rota é de R$ 8,46, com todos os valores pagos informados antes aos motociclistas, e, mesmo em distâncias curtas, a empresa oferece R$ 5 de taxa mínima.
A Rappi, por sua vez, informou que oferece seguro de vida desde o ano ado, inaugurou bases físicas para descanso dos entregadores, criou um mapa de demanda para ajudar a mostrar as regiões com mais oportunidades de fretes e possibilita a gorjeta integral aos motoboys pelos clientes.
Sobre os EPIs, a empresa disse que tomou medidas preventivas, como entrega sem contato, compra e entrega de álcool e máscaras semanalmente, sanitização de mochilas e motos, criação de faixas e distanciamento nas cozinhas dos restaurantes e a criação de um fundo com a Cruz Vermelha para apoiar pessoas que têm sintomas ou contraíram a Covid-19.
Ainda de acordo com o Mobile Time, as organizações ABO2O, Delivery Center e Uber preferiram não se posicionar. Loggi e James Delivery não responderam até o fim da reportagem.