PRIVACIDADE

MPDFT quer relatório sobre uso de dados da Vivo 3t4z8

É a primeira vez que o poder público solicita este tipo de parecer para empresas do segmento. 5k4t51

25 de abril de 2019 - 13:23
MPDFT quer informações sobre dados coletados nas plataformas usadas pela empresa para rastrear a geolocalização dos usuários (Vivo Ads).

MPDFT quer informações sobre dados coletados nas plataformas usadas pela empresa para rastrear a geolocalização dos usuários (Vivo Ads).

Neste mês, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Unidade Especial de Proteção de Dados Pessoais e Inteligência Artificial (Espec), requisitou a elaboração de um relatório de impacto à proteção dos dados pessoais dos clientes da Vivo. 

No Brasil, é a primeira vez que o poder público solicita este tipo de parecer para empresas do segmento. A companhia tem 60 dias para elaborar o documento.

Entre outras informações, a requisição da Espec à operadora abrange principalmente os dados coletados nas plataformas usadas pela empresa para rastrear a geolocalização dos usuários (Vivo Ads). 

No relatório, a empresa deve declarar como funcionam os processos usados para gerenciar os dados dos cidadãos. 

Além disso, o documento deve conter a estratégia da companhia em relação à mitigação de riscos relacionados à proteção das informações dos consumidores.

Em síntese, o relatório de impacto à proteção de dados pessoais (Data Protection Impact Assessment – DPIA) deve conter a descrição dos processos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos à liberdade civil e aos direitos fundamentais dos cidadãos.

“Este é um importante instrumento para comprovar que as empresas e órgãos públicos que tratam os dados pessoais o fazem de maneira segura e adequada. É algo comum na Europa em virtude das legislações já consolidadas, mas também acreditamos na evolução da pauta em nosso país”, explica Frederico Meinberg, promotor de Justiça e coordenador da Espec.

Pelo despacho da Espec, a resposta da Vivo deve contemplar diversas questões que foram divididas em seis tópicos. Entre as perguntas, destacam-se o planejamento da empresa dispensado ao tratamento dos dados, a rotina de segurança da companhia e o período de retenção, entre outros.

Em nota enviada ao Baguete na tarde desta quinta-feira, 25, a Vivo informa que "ainda não recebeu a requisição do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)". A empresa completa que "permanece à disposição do MPDFT e ressalta que cumpre rigorosamente a legislação vigente e não promove qualquer uso ilegal de dados pessoais de seus clientes".

A unidade do MPDFT tem realizado diversas ações relacionadas à investigação de vazamento de dados e de uso de informações de clientes.

No ano ado, o órgão instaurou procedimento istrativo para investigar um eventual incidente de segurança da Stone Pagamentos. Conforme informações prestadas pela empresa à Securities and Exchanges Comission (SEC) dos Estados Unidos, partes do código-fonte do programa proprietário utilizado em seus sistemas foram tornados públicos. 

A comissão também investigou a obtenção de dados pessoais de brasileiros pela In Loco Media. A startup pernambucana é a desenvolvedora de um sistema de geolocalização de ambientes internos e externos que chega a ser 30 vezes mais exato que o GPS. Com ele, a empresa rastreia, atualmente, 60 milhões de celulares.

Outro movimento foi a instauração de inquérito civil público para investigar um suposto incidente de segurança envolvendo o banco de dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os dados pessoais estavam disponíveis em um banco de dados aberto e não criptografado. A descoberta foi divulgada no HackenProof.

Já em 2019, a MPDFT firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a empresa Netshoes para o pagamento de uma indenização de R$ 500 mil. O acordo foi proposto após o vazamento de dados de quase 2 milhões de clientes em 2018.

 

*Atualizada às 17:55 para incluir a nota da Vivo.

Leia mais 6z23s

SEGURANÇA

Netshoes paga indenização após vazamento 2n3k9

Há 2301 dias
VAZAMENTO

CheckMeuCarro expõe dados pessoais 453hl

Há 2308 dias
SEGURANÇA

Surgem mais dados de clientes da Tivit 466s2

Há 2329 dias
SEGURANÇA

Banco Inter terá que pagar R$ 1,5 milhão após vazamento 1j5k6b

SEGURANÇA

Vazamento de dados no Sicredi? 2t684b

SEGURANÇA

MPDFT investiga suposto vazamento de dados da Fiesp 5s1s2r

VAZAMENTO?

MPDFT investiga segurança da Stone 1m4m6j

CHAMADAS

TIM multada em R$ 50 milhões 7c6n

REFORÇO

Matos, ex-Startup Farm, está na In Loco 56q22

GEOLOCALIZAÇÃO

MPDFT investiga uso de dados da In Loco 6o3z3b

SEGURANÇA

Boa Vista: outro vazamento de dados? 2f3g6o