
Não há confirmação oficial, mas tudo indica que o itSMF Brasil, capítulo brasileiro do fórum mundial de profissionais de gestão de serviços de TI, encerrou suas atividades.
O site da entidade, inaugurada no país em setembro de 2003, está fora do ar há 14 meses e o evento anual de 2009 não foi realizado, assim como as eleições da diretoria da entidade para o biênio 2010/11.
Em julho de 2009, o então presidente da entidade, Sérgio Rubinato, concedeu uma entrevista ao site Computerworld prometendo um retorno das atividades para o segundo semestre do mesmo ano.
O executivo atribuiu a saída do ar do site a “problemas técnicos” e a demora em restabelecer as atividades à crise econômica, então no seu auge. “Ficou complicado manter as pessoas que compõe a diretoria engajadas”, itiu Rubinato.
Sem mais novidades sobre o itSMF Brasil – o e-mail de Rubinato no itSMF retorna, o executivo não respondeu ao contato do Baguete pela rede social LinkedIn e o itSMF mundial não retornou perguntas sobre o tema enviadas pela reportagem – a sensação é desânimo entre muitos integrantes da comunidade brasileira de ITIL
“O Brasil, um país extremamente expressivo em termos de utilização do ITIL e com um número exorbitante de empresas o utilizando, não tem nenhuma entidade oficial atualmente incentivando estas práticas aqui. Estou decepcionado”, resume Rene Chiari, profissional certificado ITIL Service Manager que mantém o blog ITIL na Prática.
Segundo estimativas, o Brasil já contaria com 38 mil profissionais certificados ITIL em algum nível. Na matéria da Computerworld do ano ado citava 760 associados ao itSMF. O blog de Chiari já recebe 15 mil visitas mensais.
Observadores do mercado ligado à gestão de serviços de TI destacam que a inoperância do itSMF resulta em desperdício de recursos de empresas como IBM, BMC e as consultorias internacionais presentes no Brasil que poderiam ser usados para popularizar mais as práticas ITIL.
“Essas companhias tem grana sobrando para apoiar projetos relacionados ao ITIL. Só que não dá pra rear para entidade que mexe mal com dinheiro”, comenta um observador do mercado que prefere não se identificar.
Para outra fonte, o futuro do itSMF Brasil (à época de fundação o 13º capítulo mundial de uma entidade que hoje já conta com 50 associadas) é ainda mais complicado que o presente.
“É complicado de alguém abraçar a causa, pois seria responsável pela entidade. Tampouco é possível criar o ITSMF-BR-2, por exemplo. Há toda uma burocracia envolvendo os ingleses”, resume o profissional.