
Hora de bater em retirada? Foto: Pexels.
Comandar uma empresa no Brasil residindo na Flórida, uma meta para muitos e uma realidade para alguns empresários brasileiros, está ficando mais difícil, por uma combinação de fatores incluindo a alta do dólar e as restrições de viagem causadas pelo coronavírus.
A Folha de São Paulo trouxe uma matéria com diversos indicadores sobre o fenômeno neste final de semana.
A IMT Logistics, uma empresa de mudanças internacionais, aponta um aumento de 60% no fluxo de retorno ao Brasil.
Já a imobiliária Legacy Plus Realty aponta que o número de clientes interessados em vender imóveis na região ou de 20% em 2019 para 50% no ano ado e 70% em 2021.
Ao mesmo tempo, aponta a Legacy, a procura pela compra de imóveis na Flórida por brasileiros caiu 70% desde o início da pandemia.
Um relatório da Florida Realtors, uma associação local de corretores de imóveis, confirma a queda: a participação de brasileiros no mercado imobiliário no estado americano encolheu de US$ 3 bilhões em 2018 para US$ 1,4 bilhão em 2020.
Segundo as fontes ouvidas pela Folha, a retirada é liderada por empresários na faixa etária de 45 a 55 anos que foram aos Estados Unidos com a família para “realizar o sonho de viver na América”.
Com a alta do dólar, que valorizou quase 30% em relação ao real em 2020, ando de R$ 4,014 ao fim de 2019 para R$ 5,189 no mesmo período no ano ado, o plano ficou impraticável.
“São pequenos empresários que calcularam um gasto de cerca de US$ 20 mil por mês, o que iria custar entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. Só que isso ou para R$ 120 mil ou até mais, e a conta deixou de fechar”, resumiu para a Folha Jacob Abdala, dono da Legacy Plus Realty.
Para outra parte, ainda, a desvalorização do real é uma chance de fazer caixa, aproveitando a demanda dos imóveis na Flórida por americanos para repatriar dinheiro para o Brasil e voltar quando a relação entre as moedas voltar a ser favorável para comprar.