
Marcelo Linhares, cofundador e presidente da Onfly. Foto: divulgação.
A Onfly, startup mineira de viagens corporativas e gestão de despesas, acaba de captar R$ 80 milhões com a gestora americana Left Lane Capital e com a Cloud9 Capital, fundada há dois anos por ex-executivos do Softbank e da Kinea.
Criada em 2018, a travel-tech tem como fundadores Marcelo Linhares e Elvis Soares, que trabalharam juntos na Constance, uma varejista de calçados. Além disso, conta com Daniel Bento, ex-CEO da Decolar, no papel de advisor.
A Onfly é focada em pequenas e médias empresas, gerindo toda política de viagens, fluxo de reembolsos e aprovações de despesas, além de entregar uma plataforma self-booking de agens e hotéis.
Antes da pandemia, a startup movimentava R$ 1,7 milhão mensalmente. Com o isolamento social, o volume transacionado despencou para menos de R$ 14 mil por mês. No ano ado, somou R$ 205 milhões movimentados e, em 2023, quer chegar a R$ 500 milhões.
Hoje a empresa tem cerca de mil clientes. Eles vão desde companhias com 50 funcionários, que tipicamente fazem R$ 10 mil em viagens por mês, até a Komatsu Brasil, uma multinacional japonesa que gasta R$ 1,2 milhão em viagens mensalmente.
Também fazem parte do portfólio nomes como Direcional Engenharia, Unico e ClearSale.
De acordo com o Brazil Journal, 90% da receita vem das comissões de vendas do marketplace. Apenas 10%, da do software num modelo de Software as a Service (SaaS).
O software, no entanto, tem um papel importante na atração e retenção dos clientes, pois permite que o funcionário feche a agem e o hotel direto na plataforma da Onfly e que a empresa faça a gestão de todas as viagens, além de automatizar o processo de reembolsos.
Recentemente, a travel-tech também criou um cartão corporativo pré-pago que as companhias podem oferecer aos funcionários para usar nas viagens.
“Não é fácil fazer o que eles fizeram nesse contexto de mercado. Acompanhamos a história deles desde o início de 2022 e, em uma das reuniões, eles aram uma projeção de crescimento que achamos absurda. Mas eles não só bateram como superaram ela, e ganhando market share com clientes blue chip,” avalia Rafael Serson, da Cloud9.
Essa é a segunda rodada de investimentos da mineira. Em 2021, a empresa já havia levantado R$ 2 milhões com a Cedro Capital, gestora de recursos sediada em Brasília.
Com o novo aporte, muito maior, o plano é continuar crescendo organicamente, mas também por meio de M&As. A ideia é tanto comprar agências menores, para crescer carteira, quanto startups que possam agregar produtos complementares à plataforma.