Ana Sandoval, country manager da PayU no Brasil. Foto: Divulgação.
A PayU, empresa de pagamentos do Grupo Naspers, está com planos ousados para o Brasil, país definido como um mercado prioritário no qual a empresa espera ser um dos três principais players até 2020.
Parte do plano é fazer em aportes em fintechs brasileiras, principalmente no segmento de crédito, além de alianças com empresas locais e lançamentos de novos produtos.
“Somos uma empresa global, mas com sangue brasileiro e temos planos de fazer grandes investimentos no país”, afirma Ana Sandoval, nova country manager da empresa no Brasil.
O cargo estava livre desde março quando Marcos Martins deixou a posição depois de três anos (ele está hoje na Visa). Ana vem de Bogotá, cidade com a qual São Paulo divide o comando regional da América Latina.
A história à qual se refere Ana é algo conturbada, começando ainda em 2009, quando o Naspers fez uma entrada e tanto no mercado brasileiro adquirindo o comparador de preços Buscapé em um negócio avaliado em R$ 700 milhões.
Com o dinheiro, a Buscapé embarcou numa orgia de aquisições de startups e lançamento de novos serviços, dobrou o número de funcionários, o faturamento e ou a ser uma holding com 14 VPs que dava prejuízo, segundo relata uma matéria recente da Exame.
Em 2014, em meio a uma mudança no Naspers, a empresa interviu no Brasil, fechando negócios deficitários e unificando produtos brasileiros com marcas do portfólio internacional.
Um desses produtos foi a ferramenta de pagamentos Bcash, que havia sido lançado pelo Buscapé dois anos e foi integrado com o PayU.
Informações dão conta que a Naspers botou o Buscapé está à venda, mas isso não interfere com o PayU, que é outro negócio, baseado na Holanda.
“O objetivo com esses movimentos é se tornar uma fintech mais completa. Estamos investindo em produtos e fazendo aportes em startups de fintech e na área de crédito”, afirma José Vélez, CEO Latam da PayU. “Os dois grandes mercados com alto potencial para PayU são Índia e Brasil, além da Polônia”, completa o executivo.
O PayU, aliás, tem mostrado bala na agulha para fazer aquisições, o que dá um pouco mais de peso para as promessas relativas ao mercado brasileiro.
No início do ano, realizou investimento na alemã Kreditech, numa operação de US$ 122 milhões.
Na Índia, onde é líder no segmento e tem seu maior faturamento, a empresa adquiriu a concorrente Citrus Pay pelo valor de US$ 120 milhões em 2016.
Em 2016, a PayU alcançou crescimento de 50% no total de valores processados e de mais de 100% em transações no Brasil, um resultado que foi impulsionado, principalmente, com clientes médios e grandes.
Para atrair mais empresas deste porte e as pequenas, começará a oferecer condições ainda mais competitivas, como tarifas menores e novas regras e flexibilidade na antecipação de recebíveis.
Em 2016, a empresa somou 2,2 bilhões de transações em todo o mundo, 10 milhões de consumidores registrados, mais de 160 mil clientes e mais de 250 métodos de pagamento, sendo que 80 deles já são disponibilizados na América Latina.