
Paulo Pimenta, o homem de Brasília no RS. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, será nomeado pelo presidente Lula (PT) para o cargo de ministro extraordinário para o Rio Grande do Sul.
Na posição, Pimenta deverá comandar as ações federais na reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, estado em situação de calamidade pública em função de fortes chuvas.
A notícia foi divulgada pelo colunista Ricardo Noblat, do Metrópoles, e confirmada pela TV Globo.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, o presidente concluiu que, pela dimensão e complexidade da situação do Rio Grande do Sul, é necessário criar um ministério extraordinário de apoio à reconstrução do estado.
A ideia é que a pasta coordene todas as ações para o estado com os demais ministérios e tenha trânsito e faça relação com governadores e prefeitos.
Na semana ada, o governo federal anunciou um pacote de medidas que deve injetar quase R$ 50,945 bilhões na economia do Rio Grande do Sul.
A antecipação de benefícios, a estruturação de projetos de logística e infraestrutura e, principalmente, o aporte de recursos para alavancar e subvencionar o crédito estão entre as ações.
Devem ser anunciadas ainda medidas de auxílio direto aos gaúchos afetados pela tragédia, incluindo uma linha de crédito direta e dinheiro a fundo perdido para recompra de bens.
Pimenta é gaúcho e fez carreira política no estado, começando como vereador em Santa Maria em 1998.
Ele também foi vice-prefeito da cidade, uma das mais importantes do estado, e foi eleito repetidas vezes como deputado federal, incluindo algumas grandes votações.
Como costuma acontecer nas decisões em Brasília, a nomeação de Pimenta tem várias camadas de interpretação.
A mais óbvia é que ele é um político gaúcho de alto escalão no PT, mas também é verdade que a avaliação do governo federal pela população não é boa e que integrantes do governo (incluindo a influente primeira dama Janja), acham que o problema é o estilo de comunicação conduzido por Pimenta.
Outro cálculo político é que no médio prazo é bom par ao governo federal ter um nome para ser identificado com as ajudas concedidas ao estado, hoje governado Eduardo Leite (PSDB), um político que já teve ambições de concorrer à presidência.