
Pix de R$ 0,01 é o truque dos corações partidos.
Foram feitas 35,3 milhões de transferências de R$ 0,01 por meio do Pix no Brasil no ano ado, um número 43% superior ao registrado em 2022.
A explicação mais plausível para o fenômeno é o tal jeitinho brasileiro: as transferências são uma maneira de contornar bloqueios em outros mecanismos de comunicação.
O Valor Econômico traz uma matéria sobre o assunto, ilustrada com o exemplo de Karolayne Costa, 25 anos, que usou os Pix de R$ 0,01 para tentar se comunicar com um ex-namorado que a havia bloqueado nas redes sociais.
"Meus Pix de R$ 0,01 são basicamente histórias de relacionamentos frustrados, onde fui bloqueada em tudo quanto é lugar”, resume Costa, agregando que o truque não deu em nada.
A coisa parece estar tomando proporções preocupantes, pelo menos para especialistas ouvidos pelo Valor.
José Mauro Nunes, professor da FGV Ebape, acredita que seria o caso do Banco Central agir para regular e neutralizar esse tipo de uso, que abre possibilidade de assédio.
Procurado pelo Valor, o BC não comentou o assunto.
No ano ado, foram feitas quase 42 bilhões de transações por Pix, o que representa um crescimento de 75% frente a 2022, movimentando um volume total de R$ 17,2 trilhões.