ESCALABILIDADE

Por dentro do uso da nuvem nas eleições 425a3t

Infraestrutura da AWS e da Embratel lidou com 1,5 milhão de os por segundo, o triplo do esperado. h2k3j

02 de dezembro de 2022 - 06:10
Eleições de 2022 foram as maiores da história. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Eleições de 2022 foram as maiores da história. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A infraestrutura na nuvem provida pela Amazon Web Services para o Tribunal Superior Eleitoral ou um tranco pesado nas últimas eleições presidenciais, quando o  número de requisições chegou a 1,5 milhão por segundo, triplicando as expectativas de demanda.

Na prática, a AWS atuou junto à Embratel em uma rede de distribuição de conteúdo (CDN, na sigla em inglês) no centro de excelência de cloud da operadora, visando justamente lidar com uma demanda alta de os para visualizar a soma da apuração das urnas.

Essa rede foi criada para distribuir os resultados para o público, depois de eles serem calculados internamente pelo TSE — no processo já conhecido em que cada urna gera um boletim e esses números são somados pelo Tribunal.

A partir disso, o órgão enviava relatórios para a cloud da AWS, que atualizava os números a cada cinco minutos para o público. No total, 28 mil relatórios foram gerados. 

“Os resultados totalizados pelo TSE foram entregues para essa rede, que distribuiu o resultado em 17 pontos. Dessa maneira, as pessoas aram a informação mais perto do seu local. Isso só foi possível com o recurso da nuvem”, explicou Maria Teresa de Azevedo Lima, diretora executiva da Embratel, durante o AWS re:Invent 2022.

Paulo Cunha, gerente geral da companhia para o setor público no Brasil, contou que, quando a AWS foi selecionada pelo TSE, a previsão do edital era que a população gerasse um pico de 500 mil cliques por segundo, número que acabou chegando a 1,5 milhão.

“ar essa demanda não seria possível se não tivéssemos a elasticidade da nuvem e uma equipe preparada para ar esse ajuste. No momento que não era esperado, a cloud conseguiu reagir”, destacou Cunha, que está em Las Vegas participando do AWS re:Invent 2022.

Esta foi a primeira vez que o processo eleitoral brasileiro contou com nuvem pública para ar a demanda de os. Nas eleições presidenciais de 2018, o pico de requisições por segundo foi bem menor, ficando entre 300 e 400 mil. 

“Dessa vez, foram tantos os ao mesmo tempo e ninguém ficou sem poder acompanhar a evolução da apuração dos votos. Esse foi o grande resultado conquistado graças a essa flexibilidade da nuvem e da segurança que ela ofereceu”, destacou a diretora da Embratel. 

Para chegar a esse resultado, Lima conta que o desenvolvimento da rede teve um acompanhamento sistemático por parte do TSE, com uma gestão dia a dia dos trabalhos e testes exaustivos.

“Na CDN, nós simulamos quatro eleições para ver como ela iria responder, simulando os volumes que a gente imaginava que ocorreriam. A equipe técnica do TSE é muito madura, muito competente e o trabalho que eles conduzem com a gente é feito de forma muito segura”, destaca a executiva. 

Cunha também ressaltou a segurança como um dos propósitos do projeto.

“O TSE com certeza foi alvo de hackers e nada aconteceu. Conseguimos ter uma operação bastante exitosa nesse aspecto, então estamos muito felizes. Foi a eleição mais ambiciosa que o Tribunal já participou e, para nós, foi uma honra”, afirmou Cunha.

Na Embratel, que presta serviços à Justiça Eleitoral desde a redemocratização, o número de pessoas envolvidas nessas eleições chegou a cerca de 200, entre conectividade, desenvolvimento de software e cloud. Já a AWS não divulga esse tipo de informação.

Além da rede CDN, a Embratel forneceu conectividade SD-WAN e MPbs entre 17 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e o TSE, bem como mobilidade e telefonia fixa para alguns dos TREs. 

A empresa também foi responsável por desenvolver, implantar e dar e aos cinco aplicativos utilizados nas eleições: o E-título; o Pardal, voltado para denúncias; o Resultados; o Mesário; e o Boletim de Urna. 

Na Embratel, o processo começou no início de 2022 e levou cerca de oito meses, com o foco em um aplicativo por vez. A segunda parte foi levar isso para a nuvem.

APP TAMBÉM RODA NA AWS

O E-título, aplicativo que permite o às informações dos eleitores, também ou a ser ado pela AWS Cloud neste ano. 

Pelo app, mais de 40 milhões de certificados foram emitidos e 3,3 milhões de justificativas, realizadas. Só no primeiro turno, foram 1,5 milhão de justificativas, processo que antes só era possível em locais físicos.

Segundo a AWS, nenhum problema foi detectado em termos de resiliência e de performance.

Nesse caso, a contratação da provedora de computação em nuvem foi por meio de um convocativo por parte do TSE para o Serpro, no qual a empresa foi selecionada mediante uma prova de conceito com diversos fornecedores.

No trabalho conjunto, o Serpro ficou responsável pelo perímetro de segurança do aplicativo. A migração levou cerca de oito semanas para ser concluída.

Após as eleições, o E-título voltou para on premises, seguindo o planejamento do TSE. No próximo processo eleitoral, outra contratação de nuvem deve ser feita.

As Eleições de 2022 foram as maiores da história brasileira, com 156 milhões de eleitores aptos a votar, 500 mil urnas, 2 milhões de mesários e cerca de 2,6 mil zonas eleitorais.

O TSE fechou a apuração completa dos votos às 00h18 da segunda-feira (1º). Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi declarado vencedor às 19h58, quando atingiu 50,83% dos votos.

O AWS re:Invent é o maior evento do ano da companhia de computação em nuvem da Amazon. Nesta décima primeira edição, a estimativa é de um público de 50 mil pessoas, entre clientes, parceiros, desenvolvedores e experts. 

Só vindos do Brasil, cerca de 500 clientes e 100 parceiros estão participando. No total, a conferência conta com mais de 1 mil atividades entre sessões, hackathons, bootcamps e workshops, entre outros. 

No mercado há 16 anos, a AWS tem mais de 200 serviços a partir de 96 zonas de disponibilidade em 30 regiões geográficas, com planos anunciados para mais 15 zonas de disponibilidade e mais cinco regiões na Austrália, Canadá, Israel, Nova Zelândia e Tailândia.

A companhia tem milhões de clientes, desde startups a grandes empresas e agências governamentais. 

No Brasil, a lista conta com nomes como Agi, Banco Inter, Itaú Unibanco, Grupo Boticário, BTG Pactual, C&A, C6 Bank e Cielo, entre muitos outros. A empresa está no país há 11 anos.

* Luana Rosales está acompanhando o AWS re:Invent, em Las Vegas, a convite da AWS.

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