
É cada vez mais fácil fazer um deepfake. Foto: Depositphoto.
A quantidade de vídeos de pornografia criados com tecnologia de inteligência artificial está explodindo.
Segundo uma pesquisa divulgada pela Wired, 113 mil vídeos foram subidos em 35 sites focados no chamado deepfake pornô só nos últimos nove meses, um salto de 54% sobre o volume total do ano de 2022.
Até o final de 2023, devem ser produzidos mais vídeos do tipo do que em todos os últimos 10 anos nos quais a tecnologia necessária ficou disponível.
Um vídeo pornô deepfake é feito “colando” a cara de uma pessoa nos atores de uma cena de filme pornográfico real.
Os arquivos com fotos da vítima podem ser obtidos com facilidade nas suas redes sociais, por exemplo.
Com a melhoria da tecnologia de IA aplicada ao tratamento de vídeos, está cada vez mais fácil criar conteúdo desse tipo, explica a Wired.
Também foram criados nos últimos anos pelo menos 35 sites especializados na hospedagem desse tipo de conteúdo, nos quais estão abarcados hoje pelo menos 244 mil vídeos.
A tarefa está sendo inclusive facilitada por apps que permitem trocar rostos ou tirar a roupa de alguém em uma foto.
O mundo dos sites é apenas a ponta do iceberg do problema dos vídeos pornô deep fake, normalmente afetando atrizes famosas ou outras pessoas conhecidas.
Uma outra parte, quase impossível de medir, circula em redes sociais e chats privados, muitas vezes sendo compartilhados por pessoas que conhecem as vítimas.
Alguns casos têm surgido mostrando o tamanho do problema.
Almendralejo, uma pequena cidade de 30 mil habitantes no sul da Espanha, foi notícia mundial em setembro, quando mais de 20 meninas entre 11 e 17 anos denunciaram que vídeos deep fake delas estavam circulando entre colegas da escola.