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Linha de produção da Positivo. Foto: Positivo.
A SAP fechou um contrato de e com a Positivo Informática, pegando de volta o cliente que a provedora de e terceirizado Rimini Street havia roubado em 2014.
O contrato foi divulgado pela SAP em nota nesta quarta-feira, 18. A multinacional não chega a mencionar o nome da Rimini, mas o contrato da empresa com a Positivo foi divulgado publicamente na época.
Procurada, a Positivo Informática confirmou por meio da sua assessoria de imprensa que o contrato com a SAP significa a saída da Rimini.
“As melhores práticas de negócio da SAP nos ajudam a manter nossos processos próximos ao padrão, de forma a estarmos em conformidade e rapidamente preparados para as atualizações”, afirma André Guarenghi, gerente de TI da Positivo Informática.
Guarenghi assumiu o comando da TI da Positivo apenas um mês depois do fechamento do contrato da Rimini, feito pelo seu antecessor Pedro Balista, hoje na TI da Tigre.
A Positivo adquiriu o SAP Enterprise , a oferta principal de e da SAP e vai além da resolução de incidentes, correção de bugs e atualizações de software, incluindo também serviços pró-ativos de otimização de processos de negócio.
A SAP não abriu os termos do negócio, então só é possível especular sobre as condições.
Na época da divulgação do contrato com a Rimini, o então CIO da Positivo disse em um press release da companhia que havia obtido redução imediata de 50% nas tarifas de manutenção, com “serviço de qualidade superior”, incluindo atualizações fiscais, jurídicas e regulatórias, além de e para 1 mil programas personalizados “sem custo extra”.
A SAP deve ter oferecido boas condições para a Positivo, porque a empresa tem motivos para ser ainda mais cuidadosa com o seu orçamento de TI do que a média do mercado.
Os resultados de 2016 ainda não foram publicados, mas a Positivo teve uma receita líquida de R$ 1,84 bilhão em 2015, uma queda de 20,9% frente aos resultados de 2014.
A empresa também viu o seu EBITDA cair 37%, para R$ 90,1 milhões e entrou no vermelho, saindo de um lucro líquido de R$ 23,3 milhões para um prejuízo de R$ 79,9 milhões.
Segundo o Baguete apurou junto com fontes informadas do mercado de ERP, a SAP não costuma dar muita margem de negociação quando o assunto é contratos de e, cobrando inclusive retroativamente pelos anos nos quais as empresas não usaram seu serviço.
Por outro lado, a multinacional oferece a possibilidade de converter licenças sem uso (se por exemplo uma empresa corta o número de funcionários, o que pode ser o caso da Positivo) em serviços de computação em nuvem, o que oferece uma possibilidade de reengenharia financeira dos contratos.
Pelo menos até onde a reportagem do Baguete sabe, esse é o primeiro caso no Brasil de uma companhia trocar a SAP pela Rimini e voltar (é também o primeiro caso da SAP divulgar o fechamento de um contrato desse tipo).
Por aqui desde 2013, a Rimini e atende uma base de 41 clientes que inclui Gol Linhas Aéreas, Grupo Rodobens, Infoglobo e Atento. Em toda América Latina, o número chega a 100.
O argumento da Rimini é que os sistemas de gestão são na verdade softwares legados e que não vale a pena pagar o preço das atualizações e do e oferecidas pelos fornecedores, que ficam na faixa dos 20% do custo total da licença, a cada ano, uma conta de milhões de reais para empresas grandes.
É uma tese que deve doer na SAP, por exemplo, que no momento tenta emplacar o S/4, a nova versão do seu ERP. Como outros players desse mercado, a gigante obtém uma parte importante das suas receitas de contratos de e.