AMAZÔNIA

PrevisIA prevê desmatamento com inteligência artificial 3a1a5

Ferramenta aberta ao público foi lançada por Microsoft, Imazon e Fundo Vale. 4jl6w

04 de agosto de 2021 - 15:58
Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. Foto: divulgação.

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. Foto: divulgação.

A Microsoft, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Fundo Vale lançaram nesta quarta-feira, 4, a ferramenta PrevisIA, que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia por meio de inteligência artificial.

Segundo o Imazon, a ideia surgiu após a percepção de que só se estudavam os desmatamentos que já haviam acontecido, sem poder impedí-los. Foi estimulada, então, a questão de olhar para frente e o instituto desenvolveu uma pesquisa como base para gerar o modelo de previsão.

“Publicamos em 2017, mas nós não tínhamos capacidade para escalar essa solução. Aí veio essa oportunidade com a Microsoft e o Fundo Vale”, conta Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon.

A PrevisIA é um sistema com quatro componentes principais: monitoramento, capacidade de processamento, ciência de predição e engajamento.

O componente de monitoramento é baseado na plataforma Microsoft Planetary Computer, que tem as imagens de satélite e os recursos para processamento dessas imagens. Nele, a equipe desenvolveu as soluções de monitoramento de estradas com IA.

Isso porque 85% das queimadas e focos de desmatamento estão em um corredor de cinco quilômetros ao longo das estradas, então tornou-se fundamental saber onde estão todas as ruas — principalmente as não-oficiais.

Com isso, o Imazon vinha realizando o mapeamento de estradas manualmente desde 2006 e parou em 2016. Essa base de dados, no entanto, foi usada para treinar o algoritmo de inteligência artificial que permite reconhecer nas imagens onde estão as ruas. 

Assim, foi possível automatizar o processo de mapeamento de estradas e, a partir de agora, esses locais serão monitorados pelo menos uma vez por ano.

Em relação à ciência de predição, o modelo tem um componente que estuda a correlação no espaço e no tempo do desmatamento que aconteceu no ado, prevendo onde estão as áreas com o problema ativo versus aquelas em que o desmatamento já está consolidado.

Para isso, existem várias camadas de informação, incluindo estradas, distância para cidades, distância para frigoríficos, variáveis socioeconômicas, barreiras naturais e barreiras das áreas desprotegidas, assim como variáveis biofísicas do ecossistema.

“Com isso, a gente gera um mapa de probabilidade, com escala equivalente a 100 campos de futebol, e, em seguida, gera um mapa de intensidade. A combinação da probabilidade com a intensidade forma o mapa de risco”, explica Souza.

Outro componente citado pelo pesquisador é a capacidade de processamento para dar escala operacional para rodar esses modelos de forma ágil, tanto de detecção de estradas quanto de previsão de desmatamento.

“Do ponto de vista computacional, o ganho de escala de processamento é brutal. A gente ava dias montando modelo e não tinha capacidade de ficar fazendo simulações. Agora, com o recurso da Azure, conseguimos fazer esse processamento em questão de horas. E já estamos trabalhando para conseguir capturar 1 hectare”, adianta o pesquisador do Imazon.

A plataforma já está no ar e pode ser ada por qualquer pessoa no link previsia.org.

Para assegurar o conhecimento sobre a PrevisIA aos públicos que podem ser mais beneficiados com essa solução, o Imazon fará um trabalho de engajamento com diferentes audiências para incentivar o uso da plataforma.

O investimento da Microsoft no projeto faz parte do programa AI for Good, através do qual a empresa está disponibilizando US$ 165 milhões em cinco anos para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs.

“Na Microsoft, acreditamos que a inteligência artificial pode auxiliar a resolver desafios do planeta e da sociedade. A preservação do meio ambiente, sem dúvida, é um desses desafios”, afirma Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil.

Para participar do projeto com o Imazon, o Fundo Vale está mobilizando o Instituto Tecnológico Vale, sediado em Belém.

Criado em 2010, o Fundo Vale é uma associação civil sem fins lucrativos mantida pela Vale, que aportou cerca de R$ 135 milhões em mais de 75 iniciativas para a proteção de mais de 23 milhões de hectares de floresta.

Criada em 1975, a Microsoft tem negócios em 170 países e conta com cerca de 144 mil funcionários. A empresa está no Brasil há 32 anos, com sede em São Paulo.

Já o Imazon foi fundado há 30 anos em Belém e é composto por cientistas brasileiros. O instituto já publicou mais de 700 estudos em revistas científicas internacionais e mais de 100 livros e guias.

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