
PTC decidiu reduzir presença direta na região. Foto: Pixabay.
A PTC enxugou sua operação na América Latina, fechando a filial no México e reduzindo muito o escritório no Brasil.
Segundo informações de fontes de mercado, foram demitidos cerca de 30 profissionais na filial brasileira, incluindo o diretor de alianças estratégicas, Jeferson Stutz e o diretor de vendas técnicas, Matheus Terra.
Ambos são profissionais experientes. Matheus teve uma consultoria de PLM, a PLM Expert, por sete anos, antes de entrar na PTC em dezembro de 2011.
Stutz estava na PTC desde 2013 e tem uma agem de 10 anos pela Autodesk.
Procurada pela reportagem do Baguete, a PTC confirmou uma “redefinição de estratégia de mercado”, por meio de uma nota do diretor regional, Ronaldo Oliveira.
“Para continuar nosso crescimento, decidimos aumentar a cobertura na América Latina através dos nossos revendedores, seguindo um modelo sustentável por distribuidores que nos ajudará a operar de maneira mais eficiente na região”, afirma Oliveira.
Oliveira não chegou a entrar nos detalhes específicos do que foi feito, ainda que tenha reconhecido que “algumas posições na companhia foram redefinidas”.
“A PTC está profundamente comprometida com seus clientes, parceiros e empregados”, afirma Oliveira.
Nos bastidores, a avaliação de fontes ouvidas pelo Baguete é que a mudança representa o fim de um ciclo iniciado pelo grande contratado fechado pela PTC com a Embraer em 2011, no valor inicial de US$ 50 milhões.
No Brasil desde 1997, a PTC tem clientes grandes no país como Embraer, Cielo e Tramontina. Muitos dos contratos de grande porte são fechados diretamente pela equipe local da multinacional.
Nos últimos anos, a PTC vem buscando se posicionar como um player com soluções pelo lado de software para o mundo da Internet das Coisas.
Em junho, a empresa vendeu uma participação de 8,4% para a gigante de automação industrial Rockwell por US$ 1 bilhão. O investimento visa reforçar a presença da Rockwell no campo de IoT.
No último ano fiscal, a PTC faturou US$ 1,24 bilhões, uma alta de 6% frente aos resultados O lucro, no entanto, foi baixo, na faixa dos US$ 52 milhões.
A base de revendas da PTC no Brasil tem nomes fortes, incluindo a Raihsa, uma companhia de Caxias do Sul que por muitos anos figurou entre os maiores parceiros da concorrente Siemens PLM no país.
No entanto, essa base está mais acostumada a fazer negócios com os produtos tradicionais de CAD e PLM da PTC, e não com a nova abordagem de Internet das Coisas.
Realizar essa virada estratégica no país sem uma presença direta mais forte é o desafio da PTC daqui para frente.