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Jim Heppelmann.
A PTC quer colocar tecnologia de gerenciamento de ciclo de vida do produto (PLM, na sigla em inglês), no lugar estelar ocupado pelos sistemas de gestão empresarial (ERP) nas últimas décadas.
Foi o recado que ficou da apresentação do CEO da multinacional, Jim Heppelmann, durante a abertura do Planet PTC em Orlando nesta segunda-feira, 04.
“A indústria de manufatura investiu em tecnologias buscando incrementar a eficiência operacional. Mas elas chegaram no limite”, disse Heppelmann, para quem o futuro a por melhorar a gestão em nível “estratégico” desde a engenharia até as vendas, ando pela cadeia de suprimentos e a gestão dos serviços.
É aí que entra o software de PLM – que divide mais ou menos meio a meio, junto com as tradicionais soluções de CAD, o faturamento de US$ 1,2 bilhão em 2011, alta de 20% - assim como uma nova safra de siglas de três letras que inclui a gestão do ciclo de vida das aplicações (ALM), da cadeia de suprimentos (SCM) e de serviços (SLM).
O ALM, ou a gestão da quantidade cada vez maior de software que está sendo embarcado em todo tipo de produtos, é uma das estrelas do novo posicionamento da PTC desde a compra no ano ado da canadense MKS por US$ 300 milhões.
“Hoje na Continental existem tantos engenheiros de software como na área elétrica ou mecânica”, comenta Heppelmann, citando a fornecedora de peças para a indústria automobilística cliente da PTC.
O foco nas novas tecnologias é parte estratégia da PTC de entrar em novos mercados além do CAD, uma área vista como comoditizada e altamente competitiva.
“É difícil uma empresa trocar de solução de CAD. Já os softwares de PLM funcionam com dados de qualquer software de design e o mercado de ALM está basicamente na sua infância”, afirma o CEO da PTC.
Não que a empresa tenha deixado de lado o mundo CAD, no qual tem 27 mil clientes.
Durante o Planet PTC foi lançada a nova versão do Creo, software que substituiu há dois anos – sem mexer no formato de dados - o tradicional Pro-Engineer, que foi até 2002 o carro chefe da empresa.
[Naquele ano, pressionada por novas ferramentas de CAD com custo mais baixo, a PTC teve prejuízo de US$ 100 milhões e começou a trilhar o caminho rumo a diversificação e aos lucros de cerca de US$ 275 milhões do último ano fiscal].
Executivos da companhia frisaram os ganhos de velocidade frente à última versão do Pro-Engineer, na casa dos 70%, assim como o fato do novo lançamento aceitar abrir arquivos da concorrente SolidWorks.
* Maurício Renner cobre o Planet PTC 2012 em Orlando a convite da PTC.