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Com o Aixtron, PUC-Rio pode entrar nos arquivos, mas nada de obsoleto! Foto: Flickr.com/rjw1
O Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) inaugurou nesta segunda-feira, 22, um equipamento de deposição de materiais semicondutores que, segundo a universidade, é o mais moderno da América do Sul.
Com investimento de R$ 3 milhões, o equipamento foi importado da alemã Aixtron, levou um ano em montagem, ajustes e testes, e instalado no Laboratório de Semicondutores da PUC-Rio (LabSem) vai gerar matéria prima em semicondutores.
Traduzindo, bases para fabricação de produtos como CDs, DVDs, detectores, dispositivos eletrônicos e ópticos.
O que não assemelha o trabalho do LabSem a, por exemplo, o do Ceitec, estatal da área de semicondutores mantida pelo governo em Porto Alegre.
Foi o que garantiu em entrevista ao Convergência Digital Patrícia Lustoza de Souza, do Cetuc/PUC-Rio e líder em pesquisa tecnológica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (DISSE).
“Eles fazem design de chips, nós trabalhamos com a matéria-prima que é usada para a produção dos chips”, esclareceu ela.
A PUC-Rio já possuía um equipamento semelhante ao novo Aixtron, que foi adquirido na década de 90.
Com ele, hoje a universidade fornece matéria-prima para grupos de pesquisa da própria instituição, aproximadamente 15 grupos do Brasil e três internacionais.
O material também vai para órgãos governamentais, como, por exemplo, o Ministério da Defesa, incluindo Exército e Aeronáutica.
O novo equipamento irá ampliar em 20 vezes a capacidade de produção da matéria prima, segundo Patrícia.
“Agora podemos conduzir pesquisas mais efetivas com o mercado. Aliás, essa é a nossa grande proposta. Vamos abrir para start-ups e almejamos uma interação maior com as empresas privadas. Pesquisar com o intuito de ajudar a fazer um produto comercial", sinaliza a professora da PUC/Rio”, declarou ao Convergência Digital.
DETALHES TÉCNICOS
Ela explica que o material semicondutor é feito a partir de substâncias em estado gasoso, as quais, dentro do Aixtron, depositam material sólido em cima de um substrato, controlando a deposição a cada camada atômica.
“Isso faz com que o resultado tenha uma homogeneidade muito grande e se tenha um melhor aproveitamento”, afirma ela.