Eduardo Kfouri.
A Qlik, especializada em business intelligence e visualização de dados, planeja capacitar sua rede de parceiros com métodos focados em diferentes indústrias para contar com canais especializados em segmentos como de saúde, finanças, governo e varejo.
A partir de treinamentos específicos, as revendas serão certificadas como especializadas em cada indústria, área de atuação (como vendas, marketing ou contabilidade) ou tecnologia (como mobile ou big data).
O “Specialization Program” terá lançamento global ainda em 2016. O plano foi desenvolvido a partir da criação de uma unidade na Qlik focada em estratégias para indústrias, coordenada desde 2015 por Mike Saliter, vice-presidente de soluções para indústria da Qlik.
“Essa área foi montada com profissionais experientes da indústria, não necessariamente ligados à TI. A ideia foi reunir pessoas que entendem os processos e necessidades de cada segmento para criar opções mais específicas em termos de sistemas e treinamentos”, explica Saliter.
Para a Qlik, um dos benefícios do projeto é fazer recomendações precisas sobre os parceiros adequados para os clientes.
Globalmente, os canais foram responsáveis por 55% das vendas da Qlik em 2015. No Brasil, a estratégia é diferente e tem todos os negócios fechados de forma indireta, através de três distribuidoras (Inteligência de Negócios, Nórdica Software e Toccato) cada uma delas com algumas dezenas de canais.
“No Brasil, temos poucos canais especializados hoje, mas faz parte da estratégia local contar com esse programa também em 2016 para capacitar mais revendas. Temos alguns canais com foco maior em determinada área que, a partir do programa, podem se tornar realmente especialistas”, relata Eduardo Kfouri, vice-presidente da Qlik na América Latina.
Um dos investimentos da Qlik na área de canais que tem relação com o plano de novos treinamentos foi a contratação de Luis Picinini, ex-Oracle, como diretor de Alianças e Parcerias da empresa para a América Latina.
“Além dessa atribuição, Picinini tem um time focado em e e recrutamento de novos parceiros. A Qlik já tem um número significativo de canais no Brasil, mas o plano é estar presente em todas as partes do país, então ainda há busca por empresas em locais onde a atuação da Qlik não é tão forte”, completa Kfouri.
As paulistas Nórdica e Inteligência de Negócios e a catarinense Toccato atendem a mais de 350, 400 e 600 clientes, respectivamente.
Os canais especializados devem ajudar a Qlik a seguir seu movimento de incremento no tamanho dos projetos realizados, pois a empresa acredita que a experiência em um determinado segmento gera maior confiança para os clientes.
“A tendência atual é mover a Qlik do que tradicionalmente ela representava, que eram projetos departamentais para solucionar problemas específicos, para ser realmente um padrão corporativo viável para todas as áreas, fazendo da Qlik a única plataforma de análise nas empresas”, relata Saliter.
A Qlik fechou o ano de 2015 com receita de US$ 612,7 milhões, um aumento de 10% em relação ao resultado do ano anterior.
* Júlia Merker cobriu o Qlik Qonnections 2016 em Orlando a convite da Qlik.