
A Renesas, fabricante japonesa de microcontroladores, systems on chip e semicondutores, acaba de abrir uma operação no Brasil, sediada em São Paulo.
A multinacional, com faturamento mundial na faixa dos US$ 11 bilhões, quer ampliar uma presença ainda modesta no Brasil, onde faturou US$ 24 milhões em 2011.
“Queremos estar no top 3 no Brasil em três anos e ser o líder de mercado em cinco”, resume Ali Sebt, CEO da Renesas que esteve em Porto Alegre para um evento com clientes nesta quarta-feira, 09, vindo de São Paulo onde havia lançado a operação brasileira da companhia.
A Renesas tem o controle dividido entre NEC, Hitachi e Mitsubishi e lidera o mercado mundial de microcontroladores, com 30% de participação, mas no Brasil ainda tem uma presença tímida, estabelecida há 10 anos através de uma parceria com a paulista VLA.
“Há muito potencial para crescer em um momento que as vendas de carros e eletrodomésticos estão em alta no Brasil”, aponta Sebt, sem revelar quais são os clientes da empresa no Brasil. A reportagem averiguou que um deles é a Eletrolux, que opera uma fábrica em Curitiba.
O plano de Sebt para o Brasil é duplicar o faturamento em dois anos. Para isso, a empresa instalou um time técnico em São Paulo e quer aumentar sua presença junto aos grandes distribuidores brasileiros.
Hoje, 80% das vendas são feitas diretamente pela companhia, cujos clientes importam diretamente os produtos. A meta é que em cinco anos as vendas indiretas pelos canais já respondam por 70% do total.
Semicondutores em alta
Sebt descarta planos de estabelecer fábricas no Brasil – a Renensas concentra a produção no Japão, Singapura e Taiwan – mas a verdade é que o mercado de semicondutores está em alta no estado.
A t venture coreano brasileira HT Micron está construindo uma fábrica em São Leopoldo, um investimento de US$ 200 milhões em equipamentos e R$ 40 milhões no prédio, com previsão de inauguração até o final do ano.
Além da HT, a cidade está tentando atrair outra fábrica da área de semicondutores.
Não há nada confirmado oficialmente, mas tudo indica que a pretendida é a fabricante de chips portuguesa Nanium, que há algumas semanas confirmou ao governo brasileiro que iniciará suas atividades no Brasil.
De acordo com informações da Nanium, a sede ficará em Belo Horizonte e, em um primeiro momento, irá operar apenas na prestação de serviços, como consultoria na área de tecnologia aplicada.
Uma fábrica de encapsulamento de semicondutores deve ser instalada em um local não revelado até março. Os investimentos também não foram divulgados.