
Foto: divulgação.
A Prefeitura do Rio de Janeiro está utilizando drones semeadores com inteligência artificial da Morfo, empresa franco-brasileira de reconstrução de florestas, em seus mutirões de reflorestamento.
O uso da tecnologia faz parte do plano de contingência para amenizar o impacto das ondas de calor para a população.
Atualmente, o projeto-piloto está sendo realizado na Floresta da Posse, em Campo Grande, onde serão plantadas 160 mil mudas de árvores.
Na Floresta, o drone irá ajudar no plantio de espécies nativas locais em áreas de difícil o, onde os agentes têm mais dificuldades para alcançar.
Segundo a prefeitura, uma equipe com duas pessoas e um drone consegue replantar um campo 100 vezes mais rápido do que se fossem utilizados os métodos tradicionais.
Outras vantagens do projeto incluem a amplitude da biodiversidade de espécies utilizadas e a redução de custos. Numa ação, por exemplo, pode-se contar com pelo menos 20 espécies nativas a um valor até cinco vezes mais barato.
A ação de reflorestamento por drones também inclui o monitoramento das áreas reflorestadas com imagens atualizadas por satélites e drones, que utilizam IA para estudar a evolução da cobertura vegetal e da biodiversidade, bem como o estoque de carbono nos espaços.
"Com o drone, nós assumimos uma responsabilidade por mais áreas verdes. Mas também iniciamos um processo usando inteligência artificial de acompanhamento e de monitoramento de nossas mudas e sementes. Além de acelerar o processo de nossos mutirões de reflorestamento", explicou Tainá de Paula, secretária de Meio Ambiente e Clima.
Na prática, o projeto inicia com o diagnóstico do solo, feito por meio de imagens de satélite e drone, para mapear a topografia, os recursos hídricos e a cobertura vegetal existente.
No laboratório, outras características do local são analisadas, como a compactação, a umidificação e a composição mineral e orgânica.
Depois, é realizada a identificação de, no mínimo, 20 espécies nativas com mais chances de sucesso para o solo, como plantas rasteiras, arbustos e árvores.
A etapa também a pelo laboratório, onde são feitos testes que avaliam a taxa de germinação, as substâncias necessárias para a fixação e crescimento e quais podem ser plantadas in natura e quais vão precisar serem envoltas por uma cápsula nutritiva.
Após a definição, o plano de plantio é feito por inteligência artificial, a chamada “plantação inteligente”, que irá calcular as sementes que serão plantadas em cada área, junto com quais espécies; a proporção de sementes de cada uma delas; e a quantidade necessária para cada espaço.
A terceira etapa é a dispersão das sementes em si, que possui todo o plano de voo pré-determinado.
Conforme a prefeitura, um único drone é capaz de lançar 180 cápsulas e sementes por minuto.
Depois do lançamento das sementes, a etapa de monitoramento é iniciada. Todas as informações sobre o processo ficam disponíveis em uma plataforma, à disposição da Secretaria de Meio Ambiente e Clima.
Fundada em 2021, a Morfo espera impactar 1 milhão de hectares e plantar 1,2 bilhões de árvores até 2030.