
Ainda sem licitação ou aportes. Foto: flickr.com/photos/rodrigomezs
A Rosatom, gigante estatal da Rússia, planeja abrir uma subsidiária no país até o final do ano, e enxerga, em terras tupiniquins, grande potencial para a área nuclear.
A empresa não conta com contratos assinados ou promessas de acordo, no entanto, está planejando se estabelecer no brasil como uma player necessária no país, já que o governo brasileiro acredita que essa fonte terá maior importância com a redução de novas ofertas hídricas. A informação é do Valor.
Segundo o vice-presidente e chefe de relações públicas da Rosatom, Ivan Dybov, o qual afirmou que a subsidiária no Brasil vai se estabelecer no Rio de Janeiro e prospectar toda a América Latina.
Desde o ano ado, a empresa anuncia a instalação de um escritório no país, mas neste ano decidiram pela subsidiária.
A estratégia da companhia é ganhar terreno se aproximando da Eletronuclear. Além disso, a companhia irá estudar outros setores que não são prioritários no momento.
Seu foco será se posicionar para a próxima década. Medicina nuclear, construção civil e de máquinas e equipamentos são alguns dos negócios que a empresa poderá vir a desenvolver.
Mas não há ainda negócios fechados nem aportes planejados.
No entanto, a instalação da unidade está em linha com os planos de expansão da estatal. Além da América Latina, ela deu início às operações na África e planeja a abertura, também neste ano, na Europa Oriental, na Ocidental e nos Emirados Árabes. Ema unidade nos Estados Unidos segue em estudo, mas deve ficar para 2015.
Atualmente, a Rosatom istra projetos para a construção de 22 usinas nucleares fora da Rússia, em países como Índia, China, Turquia e Vietnã.
A previsão da companhia é crescer o portfólio de encomendas fora da Rússia de US$ 74 bilhões, em 2013, para R$ 100 bilhões neste ano. Só em 2012, a Rosatom faturou US$ 16 bilhões.
No Brasil, Dybov acredita que a empresa tem chances de vencer contratos para o tratamento correto do lixo radioativo resultante da operação das três usinas nucleares da Eletrobras, em Angra, que até hoje segue em depósitos provisórios.Porém, não há expectativa de quando haverá licitação.
No mundo inteiro, a fonte encontra resistência, devido aos riscos de acidentes nucleares. No Brasil não é diferente. "O governo brasileiro quer compreender as tecnologias que existem e o assunto principal é a segurança", afirma Dybov ao site.
Nas conversas com o país, a Rosatom já apresentou inúmeras possibilidades para a implantação de projetos, inclusive de financiamento. Dependendo da legislação, Dybov disse que a empresa pode trazer financiamentos de bancos russos ou do próprio governo russo para até 100% da construção de uma usina.
Sobre custos, Dybov afirmou que uma usina nuclear, de 1 mil MW a 1,3 mil MW, pode custar US$ 5 bilhões e ser construída em cinco anos. Mas ele ponderou que é uma estimativa que pode variar muito.