
Luiz Felipe Fuhrmeister, gerente de TI e Telecomunicações da Santa Casa de Porto Alegre
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre vai unificar toda a gestão e fluxo de informações dos sete hospitais de seu complexo na plataforma Tasy, da catarinense Wheb, incorporada pela holandesa Philips no início deste ano.
A implantação, em andamento sob comando da gaúcha Digifull, envolve investimento em torno de R$ 2 milhões em licenciamento – ilimitado, com o a partir de todas as 1,7 mil estações de trabalho da Santa Casa – e consultoria.
“Hoje, usamos vários sistemas responsáveis pelo fluxo das informações nos sete hospitais, implantados em momentos diversos, muitas vezes em resposta a solicitações urgentes e específicas, e que atuam em diversas situações com informações replicadas”, explica Luiz Felipe Fuhrmeister, gerente de TI e Telecomunicações da Santa Casa.
Conforme o executivo, o Tasy foi escolhido por ter como característica a integração de todas as informações de instituições de saúde - desde a área assistencial até a financeira e de faturamento, entre outras, com foco na parte assistencial, como agendamento de consultas, recepção e prescrição médica.
Além disso, o fato de a Wheb ter sido incorporada à Philips também pesou, uma vez que um dos sistemas de gestão clínica usado hoje pela instituição de saúde é da Dixtal, também comprada pela multinacional holandesa e alocada, assim como os catarinenses, à divisão HealthCare, cujo portfólio é confluente.
Assim, nesta área o processo será mais de migração do que de substituição de sistema, o que tira uma boa carga de “trauma” do processo.
Fuhrmeister comanda o projeto de implantação pessoalmente, com a ajuda de outros cinco analistas da própria Santa Casa, mais o pessoal da Digifull, parceira Wheb no Rio Grande do Sul.
Em um primeiro momento, segundo o gerente, a meta é substituir os sistemas em uso nas áreas istrativas, de apoio e assistencial, além de agregar recursos de que hoje o hospital não dispõe, como o prontuário eletrônico do paciente.
A previsão de conclusão da implantação é junho de 2012.
Ao longo do período, serão realizadas simulações e correções até a virada definitiva para o novo sistema, explica o gerente de TIC.
“Somente no final do processo os sistemas atuais deixarão de ser utilizados”, destaca o gerente de TIC.
Posteriormente, outros módulos do Tasy serão contemplados, como o Serviço de Esterilização e o de Manutenção.
Renovação é a palavra de ordem
Outro projeto previsto para a TI da instituição – que, por ano, destina em torno de 4% do orçamento geral à área, numa proporção aproximada de meio a meio entre investimento e custeio – é a renovação de um dos dois data centers mantidos no complexo, em Porto Alegre.
Este ano, dois storages Dell Compilant já foram adquiridos, renovando uma das estruturas de armazenamento, mas a outra, com mais de 14 anos de idade, ainda carece de renovação.
“Estamos em fase de cotação, avaliando fornecedores. Até a metade do ano que vem, a meta é já ter iniciado este projeto”, comenta Fuhmeister.
Por falar em renovação, a área de estações de trabalho também mereceu atenção em 2011: foram trocadas cerca de 400 máquinas, divididas entre Positivo e Dell (apesar de ser privada, a figura jurídica da Santa Casa é uma irmandade, que a por auditoria externa do Ministério Público, o que exige cotação de preços e processos afins para escolha de fornecedores).
“Ainda trocaremos mais umas 500 máquinas”, conta o gerente de TIC do complexo hospitalar.
Outro investimento realizado este ano foi na área de Telecom, com instalação de um call center remoto, trafegando sobre rede IP, com base em uma central da Dígitro.
Baita time!
Para cuidar de toda a demanda de TIC, a instituição gaúcha conta com um time de 45 profissionais no departamento interno da área.
Destes, sete são analistas de sistemas e os demais se dividem em e de hardware e telecom, no que se inclui não só a parte de telefonia fixa e móvel do complexo, mas também especificidades da área hospitalar, como as campainhas de leitos, por exemplo.
Gigante da saúde
Os sete hospitais que formam o complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre são divididos em medicina geral de adultos, cardiovascular e cirurgias de grande porte, neurologia e neurocirurgia, pediatria, pneumologia e cirurgia torácica, oncologia e transplantes.
A instituição possui um total de 1,24 mil leitos e emprega 2,1 mil médicos e 6,4 mil funcionários.
A fornecedora da vez
Com sede em Blumenau, a Wheb Sistemas tem no Tasy seu carro-chefe, atraindo a atenção de outros grandes hospitais do Rio Grande do Sul, como Ernesto Dorneles e Divina Providência.
Os cases destas duas instituições, bem como os de outras fora do estado, como o Sírio Libanês, em São Paulo, também foram motivadores da escolha da Santa Casa pela solução, segundo Fuhmeister.
A fornecedora do sistema foi comprada pela Philips no começo deste ano, assim como haviam sido anteriormente não só a já citada Dixtal, como também a Tecso e a VMI Sistemas Médicos.
Todas as compras, conforme divulgado pela Philips, são parte da estratégia para crescer no Brasil e América Latina, onde a multi holandesa foca a saúde para impulsionar os negócios, por meio da divisão Healthcare.
No caso da Wheb, não é difícil notar por que chamou a atenção da gigante europeia: em 2010, a empresa cresceu 50% e ampliou a carteira de clientes para 322 nomes, entre hospitais, operadoras de planos e prestadores de serviços de saúde.
A equipe também cresceu 55%, ando dos 230 colaboradores diretos, para não falar nos indiretos, que hoje somam cerca de 200 profissionais atuando em oito canais no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Piauí.