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Cliente SAP ganhou um tempo extra. Foto: Divulgação-SAP.
A SAP anunciou uma prorrogação da manutenção das aplicações da família Business Suite 7, conhecidas no mercado como ECC, até o final de 2027, aumentando assim em dois anos o prazo inicialmente estabelecido para 2025.
Com o anúncio, feito nesta terça-feira, 04, a gigante alemã alivia a pressão sobre os clientes para migrar para o S/4, a última versão do software de gestão da SAP, que roda exclusivamente sobre o banco de dados em memória Hana.
Além dos dois anos a mais de manutenção normal, ou mainstream, no jargão interno da SAP, a empresa também se comprometeu a manter a chamada manutenção estendida até o final de 2030.
A manutenção estendida, que é mais cara que a normal, será reajustada em 2% anuais.
Os novos prazos valem para os softwares SAP ERP 6.0, SAP Customer Relationship Management 7.0, SAP Supply Chain Management 7.0, o que é conhecido por SAP ECC, além das versões rodando em Hana do SAP Supplier Relationship Management 7.0 e SAP Business Suite powered by SAP Hana.
Adicionalmente, a SAP também disse que vai manter a manutenção do S/4 Hana até 2040, uma promessa de longo prazo a respeito de um tema sobre o qual ninguém estava particularmente preocupado.
Na nota publicada no seu site sobre a prorrogação do prazo de manutenção, uma decisão que sem dúvida será popular entre os clientes, que ganham mais tempo de uso para o investimento que já fizeram em sistemas da SAP, e impopular entre os parceiros, que perderão um argumento de venda da nova geração dos produtos SAP, no qual muitos investiram pesado como uma forma de alavancar novos projetos.
O texto cita pesquisas do grupo de usuários da multinacional nos Estados Unidos, no qual não foi encontrado “um só cliente”, que não projetasse uma migração para o S/4 Hana e que no grupo de usuários da Alemanha 49% planejam uma migração nos próximos três anos.
“Em resposta a isso e à demanda dos nossos usuários por escolhas, a SAP vai oferecer flexibilidade adicional para aproveitar completamente as oportunidades do S/4 Hana, de uma maneira que reflita o ritmo individual e a complexidade dos projetos dos nossos usuários”, afirma Christian Klein, co-CEO da SAP.
Prorrogar o e foi a primeira grande decisão anunciada por Klein, que, junto com a Jennifer Morgan, ou a liderar a SAP em outubro do ano ado, depois da saída de Bill McDermott.
A realidade é um pouco mais complexa. Lançado em 2015, o S/4 Hana é a maior tacada da SAP em muitos anos. A migração para um novo software de gestão, rodando sobre um novo hardware, é, no entanto, um movimento complexo que muitas empresas estão protelando.
De acordo com uma pesquisa do grupo de usuários SAP na Irlanda e Reino Unido com 467 empresas integrantes da associação divulgado no final do ano ado, 58% delas não pretendem fazer o upgrade nos próximos dois anos. Outros 27% não devem fazê-lo nem mesmo em três.
A perspectiva de ter que pagar por e mais caro e as vantagens do produto S/4 Hana, que roda em um banco de dados em memória com mais velocidade, e, de acordo com a SAP, menor custo de propriedade, não estavam convencendo as empresas a fazer a migração.
Um estudo da Information Services Group (ISG), empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia, sobre o status do S/4 Hana no Brasil, mostrou que os clientes estavam apostando que a SAP acabaria prorrogando o e para além de 2025, como acabou fazendo.
O relatório afirma que muitas empresas no país compram novas licenças SAP S/4 Hana para “permanecer em conformidade com os termos de licenciamento”, mas “não tem planos para atualizar seus sistemas antigos de momento”.
A razão da espera é que as empresas estão “aguardando novos benefícios da SAP ou estão apostando veladamente em uma mudança na data de 2025 para o fim do e”.
Em pequena escala, pelo menos, a empresa já tinha feito isso: em janeiro de 2018, por exemplo, a SAP anunciou o lançamento de uma nova versão do seu sistema de RH on premise em 2023.
Com isso, a empresa alongou os prazos de e do sistema on premise de 2025 até 2030.
A virada mostra que a empresa desistiu de colocar as fichas na estratégia de descontinuar o HCM e levar os clientes a migrar para o Sucess Factors, solução de recursos humanos na nuvem adquirida no final de 2011 por US$ 3,4 bilhões.
A SAP também disse que a “maioria das inovações” na área de recursos humanos será entregue no Success Factors, mas esse é um argumento bem menos forte para justificar uma migração do que o fim do tradicional produto HCM.