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Eduardo Ferraz, líder de Grow with SAP no Brasil. Foto: divulgação.
O número de parceiros da SAP que aderiram ao programa Grow With SAP, iniciativa da multinacional voltada para a adoção do S/4 nas empresas em crescimento, já chega a 55 no Brasil, cerca de 34% das 158 companhias que atuam no ecossistema local.
A título de comparação, o Business One, sistema de gestão da SAP para pequenas e médias empresas, tem hoje 32 integradoras no Brasil, onde começou a ser vendido ainda em 2005.
“Nós temos uma base importante de B1 que acompanhamos através dos nossos parceiros, mas a nossa grande aposta é levar para a nuvem com inteligência artificial é o Grow with SAP. Agora estamos introduzindo a solução de forma muito mais significativa aqui no Brasil”, afirma Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil.
O target do programa são novos clientes e também a migração de parte dos 7,5 mil clientes do B1 para o S/4 dentro do programa Grow with SAP.
Além disso, há um mercado nas subsidiárias de grandes empresas (como a LVMH Beauty), onde é possível integrar o Grow com o Rise with SAP — normalmente adotado por companhias de grande porte.
Na prática, o Grow oferece uma versão compacta do S/4 Cloud, o mesmo sistema de gestão oferecido no Rise, porém para negócios em crescimento, sem toda a amplitude de processos de negócio que o S/4 completo tem.
O programa permite iniciar com um S/4 com 20 usuários e três ambientes, com a possibilidade de crescer para milhares de usuários ao longo do tempo. Dependendo do pacote, a versão oferece funcionalidades como Joule, WMS, Concur e fluxo de caixa avançado.
B1 VERSUS GROW
Algumas das parceiras atuantes no Brasil, mais especificamente 14, oferecem tanto o B1 quanto o Grow.
É o caso da Seidor, considerada a maior distribuidora de Business One no país, com 2 mil clientes da solução no Brasil e mais de 4 mil no mundo. A empresa entrou no Grow este ano com uma meta bem mais tímida: fechar 30 vendas até dezembro na América Latina.
“O B1, de uma maneira ou de outra, está tendo um concorrente interno que é o Grow. Nós começamos atrasados no Grow por livre e espontânea pressão da SAP, o maior parceiro não podia ficar para trás”, revela Agustín Durán, CEO da Seidor Brasil.
Um dos clientes com projeto já implantado é a Dengo, marca de chocolates criada por Guilherme Leal, fundador da Natura. A companhia começou com o B1 e, recentemente, migrou para o S/4.
“Quando o cliente de B1 começa a amadurecer ou crescer, ele já precisa de uma solução mais robusta ou que seja mais dinâmica. Mas há empresas que nasce e fica no B1 sem necessidade alguma de mexer. Estamos otimistas com essa mudança, mas o B1 não vai e não pode acabar”, reforça Durán.
O executivo explica que esse tipo de migração está mais relacionada com o tamanho e a realidade do cliente do que necessariamente com um segmento. Apesar disso, clientes de segmentos com alta volumetria se destacam, como o varejo e incorporadoras de imóveis.
Estas últimas precisam guardar muita documentação durante anos e vendem mais a cada ano, o que pode gerar uma necessidade maior de tratativa de dados, processamento, memória e performance.
“Mas não é fácil. Dizer para um cliente se é B1, Public ou Rise ainda é um desafio, tem muitas interseções e não pode ser uma discussão apenas de dinheiro. Agora, o fato de você ter uma base instalada como essa te exige muito mais. Não é que eu vendi e parei, o jogo da cloud é totalmente diferente”, acrescenta Durán.
Eduardo Ferraz, líder de Grow with SAP no Brasil, acrescenta à lista o segmento de serviço, que representa uma boa parte dos clientes de Grow no mundo, com empresas como a Cadastra, agência digital com origem em Porto Alegre que já atende clientes em 12 países.
Companhias de tecnologia como a GetNinjas, dona do maior aplicativo para contratação de serviços do Brasil, também têm aderido ao programa. A companhia se enquadra no nicho de nativos digitais, que já nascem com uma mentalidade voltada para a nuvem e são uma aposta da SAP.
A SAP não abre o número de clientes Grow no Brasil, mas globalmente fala em “milhares”. Ainda sem dar nome aos bois, a multinacional revela que já tem localmente um caso de manufatura, segmento mais propício a adotar o Rise.
Segundo o executivo, a escolha entre Grow e Rise não é uma questão de tamanho, mas do momento da empresa, sendo uma decisão técnica e de negócio do cliente. A PwC, por exemplo, é um dos maiores clientes do Grow fora do Brasil.
“O Rise é para uma companhia que precisa de algo muito complexo, que quer customizar muito o ERP. A gente até já tem casos no Brasil de clientes com ECC indo para Grow. Mas o natural é que um negócio que tenha muita customização vá para o Rise, porque ela já traz esse legado”, explica Ferraz.
Na opinião do executivo, o ecossistema de parceiros brasileiro está muito maduro e a empresa está investindo em educação, com centenas de consultores já capacitados.
“A gente está entregando muita evolução, vai ter bastante coisa boa aí de novo agora em fevereiro, que é o próximo release, acontece a cada seis meses. Vem muita novidade aí”, adianta Ferraz.