
Virgílio Almeida garantiu Ceitec estatal. Foto: divulgação/UFMG.
O presidente do conselho de istração do Ceitec e secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, garantiu ao Jornal do Comércio que a privatização não a pelos planos do governo para a estatal de fabricação de chips.
“Estamos trabalhando para fortalecer a Ceitec como uma empresa pública”, afirmou Almeida à coluna Mercado Digital, assinada pela jornalista Patrícia Knebel.
A possibilidade de venda de parte de empresa, deixando o governo como sócio de uma PPP gerida pela iniciativa privada, foi ventilada inicialmente pela Zero Hora ainda em maio. De acordo com o jornal, a ideia teria a simpatia do ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp.
O assunto voltou à tona na sexta-feira, 26, quando o Baguete Diário revelou que a companhia seria presidida de forma interina pelo diretor de design e relações institucionais Marcelo Soares Lubaszewski depois da saída do atual presidente, Cylon Gonçalves da Silva, neste sábado, 03.
Segundo revela Knebel, os planos do governo para o Ceitec am por injetar mais dinheiro na empresa, que já recebeu R$ 600 milhões em investimentos desde 2000 e ainda não fabrica chips em Porto Alegre.
A estratégia seria contratar uma consultoria inglesa para traçar um plano comercial e tecnológico, definindo quais são os investimentos em atualização dos equipamentos necessários.
O trabalho deve começar em 45 dias em levar dois meses, período durante o qual Lubaszewski permanecerá como presidente interino. Após o final da consultoria deve ser buscado um presidente.
Questionado pela reportagem sobre quem seria a consultoria, o Ceitec respondeu que a contratação ainda não foi efetivada e que não havia "autorização para divulgar nomes nesse momento".
Sobre os valores, a estatal disse que o pagamento será feito por carga horária, com um custo que seria o "tipicamente praticado no mercado de consultoria", sem dar detalhes sobre cifras.
Ouvido pela Zero Hora, o presidente da Inter B Consultoria, Claudio Frischtak, estimou um custo de US$ 1 milhão.
Não é de hoje que se discute a viabilidade de atuação do Ceitec nos moldes atuais.
Ainda em agosto de 2009, o antecessor de Silva no cargo, o alemão Eduard Weichselbaumer, um executivo de mercado trazido para liderar a estatal, disse com todas as letras que a empresa deveria abrir capital e ser privatizada em até três anos.
“Nossos custos istrativos são altos, na faixa dos 20%, quando uma empresa privada do ramo fica em 7%. Na diferença fica a margem de lucro”, resumiu na época o alemão, que tem 30 anos de experiência no ramo de microeletrônica, 10 deles no Vale do Silício.
Weichselbaumer não ficou muito tempo à frente da empresa. Em julho de 2010, foi a uma feira de tecnologia em San José e não retornou mais ao Brasil.
Em uma carta entregue ao ministro de Ciência e Tecnologia que foi divulgada pela imprensa na época, o ex-presidente critica a burocracia do governo e as dificuldades de implementar modificações.
“Durante os últimos 18 meses eu tenho apresentado o que é necessário para completar a fábrica - e que na minha opinião, poderia ter sido concluído há 12 meses atrás caso a istração do MCT tivesse sido eficiente”, criticou o alemão na carta.
Weichselbaumer disse ainda que “nestas condições não vejo a empresa como tendo condições de atingir os objetivos necessários de forma a ter sucesso”.
Por enquanto, o governo parece disposto a seguir insistindo.