
Edgar Serrano, presidente do Seprorgs
Conceder incentivos para atrair multinacionais no setor de TI é uma política desnecessária, já que as companhias viriam de qualquer maneira, atraídas pelo crescimento do mercado de TI brasileiro.
É o que acredita o presidente do Seprorgs, Edgar Serrano, que aproveitou a presença de vários representantes do meio político na comemoração dos 24 anos da entidade para criticar as estratégias do governamentais de estímulo ao setor.
Nos últimos anos, já anunciaram a vinda para o Rio Grande do Sul a indiana HCL, a alemã SAP e a americana Dysis, com previsão de centenas de contratações.
“As multinacionais não geram empregos, apenas contratam profissionais que já estavam empregados, agravando a falta de mão de obra”, afirmou Serrano.
Para o presidente do Seprorgs, o governo deveria sair da “inércia” que impera na política educacional e concentrar seus esforços em incrementar a formação profissional em nível técnico.
“Hoje, toda a mão de obra do setor tem nível universitário. Usamos engenheiros para assentar tijolos”, comparou Serrano, para quem o ensino técnico pode ser uma porta de inserção social para jovens das classes C, D e E atualmente desempregados.
Serrano aproveitou ainda para pedir aos empresários do setor de TI que se mantenham próximos do sindicato. O dirigente salientou as conseqüências de “sindicatos patronais à deriva”, em mãos de “não-empresários”, citando o caso de São Paulo, onde o Seprosp aprovou a jornada de 40 horas semanais.
O Seprorgs tem hoje 356 associados fixados na maior parte na região metropolitana, Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas. Até o final do ano, a meta é chegar a 400.