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Serpro: aproximação com o mercado? 613c6c

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30 de novembro de 2016 - 15:32
O Serpro e a Brasscom se uniram para promover o 1º Seminário Governo Digital. Foto: Divulgação.

O Serpro e a Brasscom se uniram para promover o 1º Seminário Governo Digital. Foto: Divulgação.

O Serpro, estatal federal de processamento de dados, e a Brasscom, entidade das maiores empresas de tecnologia do país, se uniram para promover um evento em Brasília que parece sinalizar uma nova era na política de TI do governo federal, mais aberta à iniciativa privada.

A ocasião será o 1º Seminário Governo Digital e o Setor de TI, nesta próxima quinta-feira, 1º, na sede do Serpro em Brasília. 

Devem participar mais de 100 pessoas, debatendo temas como inteligência artificial, big data, dados de governo, marcos legais estruturantes e modelos de contratação de software.

Mais do que os temas, a programação é bastante ilustrativa do novo momento da estratégia de TI nacional. Abrirão o evento a diretora-presidente do Serpro, Glória Guimarães e presidente-executivo da Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo.

O primeiro é “Marcos legais atuais x Marcos legais “futuros” do setor de TIC”, com a participação de Jeovani Salomão, presidente da Assespro Nacional; Márcio Braz, secretário da Sefti/TCU e Delfino Souza, vice-presidente da Public Sector da Capgemini.

O segundo terá como tema “Modelos de contratação de software: fábrica de software sob encomenda, software livre, software licenciado, software as a Service (SaaS)”, com Wagney Schunck de Godoy, secretário-adjunto da STI/MPDG; Sérgio Paulo Gallindo, presidente-executivo da Brasscom e Fernando Faria, líder para as práticas do setor público, saúde e educação da SAP América Latina.

Fechando o evento, o tema será “Transformação Digital e Dados Governamentais: Inteligência Artificial, Big Data, Abertura e Valorização de Dados de governo”, Sylvio Cezar Koury Musolino Filho, gerente de Projeto da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República; Roberto Aran da Head Digital da Resource, Adriano Amaral da Evangelista Big Data e Advanced Analytics Setor Público da Oracle e Carlos Tunes Sá Correia da Cognitive Solutions Executive da IBM.

Uma das presenças mais chamativas dessa lista é a da Assespro Nacional, uma entidade representativa de pequenas e médias empresas de TI brasileiras que até pouco tempo atrás vivia às turras com o Serpro, a quem acusava de intromissão em uma mercado que deveria ser de empresas privadas.

O assunto chegou a virar uma briga judicial entre as duas partes, com a Assespro Nacional entrando com uma ação direta de inconstitucionalidade em 2012 contra uma lei federal que permitiria ao governo contratar a estatal federal de processamento sem licitação para serviços considerados estratégicos. O assunto está atualmente parado no Supremo Tribunal Federal.

Multinacionais como SAP, IBM e Oracle, todas presentes no evento, nunca chegaram a ter enfrentamentos abertos como os da Assespro Nacional, mas em conversas privadas era comum os executivos da área pública das empresas reclamarem da perda de oportunidades gerada pela orientação pró-open source dos governos petistas.

Existem fortes sinais de que os ventos estão mudando. A área do Ministério do Planejamento responsável por compras de TI na istração federal está organizando o que pode vir a ser uma grande compra de produtos da Microsoft (a multinacional americana, aliás, é uma ausência chamativa na grade do evento do Serpro).

A mega compra, que está mobilizando parceiros da Microsoft em todo país, deve replicar no "varejo" da istração pública federal o que grandes compradores de TI já vinham fazendo por conta própria.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, comprou  milhares de licenças da suíte de escritório Office, do serviço de e-mail Exchange, sistemas operacionais para servidores, soluções de comunicação Lync, Sharepoint, bancos de dados SQL e um longo etc, ainda em 2012 por R$ 112 milhões distribuídos em três anos. No ano ado, foram R$ 144,4 milhões em licenças permanentes.

O banco se justificou na época em uma nota dizendo entre outras coisas que “apesar dos esforços da Caixa e dos fornecedores para e e consultoria, não foram alcançados resultados satisfatórios em inúmeros projetos estruturantes da plataforma baseada em soluções de software livre”.

Por isso, o banco optou por atualizar os produtos da plataforma Microsoft adotados nos anos 90 e que não eram atualizados desde 2000, disse Caixa, alegando que havia produtos de “elevado nível crítico”, impondo “um risco de segurança e continuidade de serviços”, situação que provavelmente se repete em muitos órgãos públicos que poderão aderir ao edital em curso.

Os últimos números sobre adoção de software livre no governo são de 2009 e mostravam um cenário pouco animador fora da área de servidores. Os softwares de e-mail abertos eram os únicos com liderança de uso, com 55%. Em suítes de escritório, o número era 15% e em sistemas operacionais, 5%.

Mesmo assim, uma mudança mais radical do governo federal seria preocupante para o ecossistema ligado ao software livre. 

Um levantamento da IDC de 2014 pago pela Abes, uma entidade que reúne empresas cujo modelo de negócios é baseado em software proprietário, apontou que as empresas nacionais de software livre sobrevivem em média menos de um ano e geram um apenas 4% do faturamento do setor, sendo que desse total, 66% são compras públicas.

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