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Marcelo Claure, Chairman da Shein para a América Latina. Foto: divulgação.
A Shein, gigante chinesa de fast fashion, fará parceria com 2 mil fabricantes no Brasil para nacionalizar a produção de 85% de seus produtos vendidos no país dentro de até quatro anos.
Inicialmente, a companhia investirá R$ 750 milhões para fornecer tecnologia e treinamento aos fabricantes a fim de atualizar seus modelos de produção para o modelo sob demanda da marca.
"Temos visto grande sucesso no Brasil desde nosso lançamento em 2020 e, com a crescente demanda dos consumidores, vimos a oportunidade de localizar mais a nossa cadeia de fornecimento para beneficiar os consumidores, as pequenas empresas e a economia em geral", afirma Marcelo Claure, Chairman da Shein para a América Latina.
De acordo com o site Brazil Journal, esse é o primeiro movimento do tipo feito pelo e-commerce chinês.
Hoje, todos os produtos de marca própria da Shein são fabricados na China, em dezenas de milhares de fábricas afiliadas, e exportados para os 150 países onde a empresa tem atuação.
POLÊMCIA DA ISENÇÃO DE IMPOSTOS
A novidade foi acordada com o Governo Federal e divulgada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) nesta quinta-feira, 20, após uma reunião com os acionistas da marca.
Segundo a Folha de S. Paulo, a chinesa se comprometeu a realizar aportes que possibilitem a criação de 100 mil empregos no país.
Além disso, firmou o compromisso de seguir as regras de conformidade da Receita Federal, bem como a legislação sobre comércio eletrônico, que proíbe a comercialização de produtos sem o pagamento de impostos correspondentes.
A decisão foi anunciada depois dos últimos movimentos do governo, que pretendia acabar com a isenção de impostos sobre a importação de produtos até US$ 50 (cerca de R$ 250).
Com isso, as taxas sobre as mercadorias chegariam a 60% do valor das compras, impactando também outras varejistas como Shopee e AliExpress.
Após a repercussão negativa da notícia nas redes sociais, Haddad anunciou a desistência do projeto na última terça-feira, 18.
Conforme reporta a Folha, a decisão foi revertida por pressão da primeira-dama Janja da Silva, que chegou a acalmar internautas no Twitter sobre a taxação de impostos, afirmando que a mudança afetaria apenas as empresas e não o consumidor.
Para o Ministério da Fazenda, as normas atuais são suscetíveis a fraudes, uma vez que possibilitam que empresas usem nomes fictícios e dividam vendas superiores a US$ 50 em diferentes pacotes para enganar a fiscalização.
De acordo com o Congresso em Foco, o governo irá abrir mão de aproximadamente R$ 8 bilhões em arrecadação com a manutenção da isenção de impostos.