SINDICALISMO

Sindnet-RS é fundado em meio a confusão 73x22


01 de março de 2013 - 16:57
Filiados ao Sindppd-RS foram barrados na porta. Foto: Comunicação Sindppd-RS.

Filiados ao Sindppd-RS foram barrados na porta. Foto: Comunicação Sindppd-RS.

O Sindnet-RS, sindicato gaúcho dos funcionários de provedores de Internet, foi fundado nesta terça-feira, 28, em uma reunião rodeada de confusão cujas implicações definitivas ainda são tema de disputa judicial.

O Sindppd-RS, sindicato da área de processamento de dados, obteve uma liminar horas antes da reunião suspendendo os efeitos da mesma.

Agora, a validação ou não do novo sindicato a a depender do resultado da disputa judicial entre os dois sindicatos. O Sindnet-RS tem 10 dias para apresentar sua defesa.

A discussão gira em torno da legitimidade do Sindppd-RS para representar a categoria. O Sindnet-RS afirma que a os profissionais do ramo não tem representação na prática.

A formação do Sindnet-RS é liderada por Paulo Roberto Cornutti, um empregado da Bitcom de Caxias, que foi eleito na assembleia como presidente do novo sindicato, que já tem sala alugada em um prédio na Rua dos Andradas, no centro de Porto Alegre.

Até aí, é o que sabe de certo sobre os resultados da reunião. As circunstâncias nas quais ela se deu formam uma guerra de versões entre as duas partes nas quais ambos lados acusam o outro de usar os truques sujos que são recorrentes no meio sindical.

Em nota no seu site, o Sindppd-RS acusa o Sindnet-RS de ter usado “dezenas” de homens enviados de São Paulo pela FEITTINF, federação de sindicatos de TI liderada pelo presidente do sindicato paulista Sindpd, Antônio Neto, para bloquear a entrada de 70 funcionários de empresas públicas e privadas de TI interessados em participar da assembleia – e votar contra o novo sindicato, obviamente.

Por sua parte, o Sindnet-RS dá a volta na acusação e afirma que os funcionários foram levados ao local pelo Sindppd-RS com intenção de impedir a entrada dos participantes da reunião, que, de acordo com o novo sindicato, teve 48 participantes. O Sindppd-RS diz que foram 15.

Cornuti não nega a presença do que ele chamou de “seguranças contratados” com objetivo de impedir o que seria uma “invasão” da assembleia por pessoas não relacionadas à área de funcionários de provedores de o com objetivo de sabotar a mesma.

O presidente do Sindnet-RS nega a acusação de que os seguranças tenham qualquer ligação com a FEITTINF.

Quanto a origem dos mesmos, Cornutti desconversa, mas uma pista clara é dada pelo local da reunião, que inicialmente foi marcada para um salão de aluguel e acabou acontecendo na sede da Associação dos Policiais Federais do RS.

“Estou confiante na legitimidade do nosso pleito e na formação do nosso sindicato. Em 10 anos que tenho de mercado, nunca me senti representado pelo Sindppd-RS”, afirma Cornutti, destacando que o novo sindicato já tem seu plano de ações pronto para quando for autorizado a operar.

Na nota publicada no site, o Sindppd-RS rebate: “O fato de terem impedido a participação dos trabalhadores já mostra quem são as pessoas e o perfil da nova entidade que eles querem criar: antidemocrática e sem respeitar a vontade dos trabalhadores”.

A disputa em curso no Rio Grande do Sul é parte de uma disputa nacional com o crescimento de uma linha de sindicatos ideologicamente mais centristas e inclinados a uma relação menos conflituosa com os empresários.

Caso venha a ser fundado, o Sindtel-RS será afiliado à Federação Interestadual de Trabalhadores em Tecnologia da Informação (FEITTINF), que por sua vez é ligada à Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). As duas entidades são lideradas por Antonio Neto, presidente do poderoso sindicato paulista Sindpd.

O onipresente paulista foi recomendado pelo ex-presidente Lula nas últimas eleições do sindicato paulista. A linha da CSB é moderada com referências a uma ideologia “varguista” de “defesa dos direitos dos trabalhadores”.

O Sindpd defendeu publicamente a desoneração da folha de pagamentos da área de TI e o sindicato divulgou notas dizendo que funcionários CLT eram “mais produtivos” que PJs e afirmando que o problema de falta de mão de obra era salarial. Por sua parte, em entrevista ao Baguete, Vera Guasso se posicionou a favor de uma semana de trabalho de 30 horas.

A linha ideológica de Neto e do Sindpd causa urticária no Sindppd-RS, que é filiado à Conlutas, uma organização que não tem status sindical é composta por uma série de movimentos radicais de esquerda, com proeminência ideológica do PSOL e do PSTU, partido pelo qual Vera Guasso já foi candidata à prefeitura de Porto Alegre em diferentes ocasiões.

Caso seja criado, o Sindnet-RS arrecadará contribuições sindicais que ajudarão a financiar a FEITTINF – que já tem seis sindicatos da área de TI filiados.

Hoje, o Sindppd-RS representa uma base estimada em de 20 mil empregados, dos quais cerca de mil pagam mensalidades e o restante o imposto sindical obrigatório. Fontes ouvidas pelo Baguete falam que orçamento anual do sindicato está na casa dos “milhões de reais”.

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