
Menotti Antônio
A Softway, especializada em software para comércio exterior, quer aumentar em 40% seu market share este ano, chegando à liderança de mercado na América Latina. Para isso, o plano começa com a abertura de quatro filiais no Brasil, sendo duas no Sul, região que já concentra 10% dos clientes da companhia.
As cidades escolhidas foram Porto Alegre, onde a unidade abre ainda no primeiro semestre, e Curitiba, que deve receber a filial no começo do segundo semestre.
"Nosso objetivo é crescer 10% em faturamento, no ano de 2010, através da operação destas duas novas filiais. Na região, existem em média 700 empresas com potencial para o mercado da Softway", afirma o diretor de Negócios e Marketing da companhia, Menotti Antônio schini Neto.
As demais filiais serão abertas em Belo Horizonte, alguma cidade do Nordeste ainda não definida, e na Argentina, dando início à atuação presencial da companhia no exterior.
Depois disso, a empresa que em 2009 faturou R$ 38,6 milhões (expansão anual de 11%) e em 2010 pretende chegar aos R$ 47 milhões, projeta inaugurar mais duas filiais, mas estas ainda não têm local determinado – o certo é que deverão ser internacionais, já que a companhia está em fase de estudos de viabilidade de vários países.
“O próprio mercado de TI brasileiro estima um crescimento da ordem de 9%. Nós investimos anualmente mais de R$ 3 milhões em P&D e temos como meta aumentar esse número proporcionalmente ao incremento do nosso faturamento a partir de 2010”, destaca Menotti.
Segundo o executivo, as previsões para o segmento de comércio exterior também animam: para 2010, a expectativa do setor é crescer 26%, conforme o diretor.
Por conta disso, a entrada em mercados externos, como a Argentina, é definida pelo executivo como prioritária.
“É fundamental para conquistar uma série de clientes que migraram para o país vizinho por conta dos incentivos fiscais”, afirma o diretor.
Já para o restante da América Latina, a meta da Softway é ampliar os contratos dentro da base, já que diversos clientes que usam o software da empresa por aqui, possuem subsidiárias que ainda não conta com a solução.
“A maioria dos nossos clientes tem filiais em todo o continente americano. Ou seja, é uma oportunidade sem similares”, esclarece Menotti.
O executivo explica que as operações voltadas à conquista da liderança na AL vêm desde o ano ado, quando a companhia inaugurou a filial no Rio de Janeiro, terceiro maior mercado do país, atrás de São Paulo e Minas Gerais.
“O Rio de Janeiro oferece grandes oportunidades em óleo e gás, logística e recursos humanos, além de ser o headquarter de boa parte das empresas que tem operação na região”, diz Menotti.
Hoje, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, considerando as 400 maiores empresas importadoras do Brasil, a Softway detém 22% do mercado.
Já avaliando-se as 400 maiores empresas exportadoras do país, a companhia possui share de 14%.
Óleo e gás, o combustível da Softway
Em 2009, quando conquistou 27 novos clientes, a Softway também entrou no segmento de óleo e gás, com uma linha exclusiva de soluções.
O carro-chefe dessa série é o Repetro Sys, voltado ao gerenciamento e controle do Repetro, que é o regime aduaneiro do segmento.
“A descoberta do pré-sal propiciará uma intensa atividade econômica no país, e estamos atentos e preparados para isso”, garante Menotti.
Blindagem
Já a flutuação do câmbio, tido como um dos principais causadores de dor de cabeça para a maioria das empresas exportadoras, não tem influenciado negativamente as operações da Softway, segundo o diretor de Marketing.
“Pelo fato de atuarmos nas duas pontas, exportação e importação, acabamos sendo blindados quanto à variação do dólar”, destaca Menotti.
A Softway
Com sede em Campinas, a Softway fornece softwares que permitem o gerenciamento de todas as atividades e informações envolvidas em processos de importação e exportação.
As soluções da companhia cobrem a gestão de toda a parte de câmbio, controle e gerência de regimes aduaneiros propostos pela Receita Federal, além de classificação fiscal, tecnologia móvel e BI.
A carteira de clientes da empresa traz mais de 150 empresas, de setores como automotivo, aeronáutico, telecomunicações, informática, eletroeletrônico e construção civil, entre outros.
Entre os atendidos estão companhias como Dell, GM, Goodyear, Mercedes Benz, Odebrecht e Wal Mart.