.jpg?w=730)
Fabio Carrara, CEO da Solfácil. Foto: Paulo Vitale/Kromo.
A Solfácil, fintech especializada no financiamento de painéis solares residenciais, recebeu um investimento de R$ 21 milhões em rodada série A liderada pelo Valor Capital Group, que já investiu em unicórnios como Stone, Gym e Loft.
O aporte também contou com investidores anjo que apoiam a empresa desde o início, em 2018.
Fundada por Fabio Carrara, ex-consultor da BCG que atua há mais de cinco anos no setor de geração solar distribuída, a startup criou uma linha de financiamento específica para aquisição do sistema sem necessidade de investimento inicial, com prazos de financiamento de até 120 meses.
"A aquisição do sistema solar permite que o cliente e a produzir imediatamente toda a energia que precisa. Além de gerar economia, a escolha também beneficia o meio ambiente", conta Fabio Carrara, CEO da Solfácil.
De acordo com o site Brazil Journal, a startup cobra uma taxa média de 1,2% ao mês, em linha com o praticado pelos bancos. Até agora, a empresa já financiou mais de mil clientes e tem uma carteira de crédito de R$ 50 milhões.
Com presença nacional, a Solfácil oferece um financiamento 100% digital, avalia e trabalha com empresas integradoras, valida o projeto e verifica a instalação, além de ter a capacidade de monitorar a performance do sistema por meio de um IoT proprietário.
No início de 2020, a fintech realizou sua primeira emissão pública de debêntures no valor de R$ 120 milhões. Desde então, alguns dos principais fundos de crédito do Brasil, com ativos sob gestão superior a R$ 20 bilhões, têm comprado suas debêntures.
Assim, a Solfácil ganha dinheiro de três formas: recebe um fee de originação pago pelos clientes, um fee pela gestão da carteira, pago pelos debenturistas ou pelo FIDC, e a rentabilidade das cotas subordinadas.
A empresa ainda não teve nenhum default, não tem nenhum atraso acima de 90 dias e os atrasos acima de 60 dias representam menos de 1% da carteira.
Com os recursos do novo aporte, a startup pretende investir em tecnologia, expansão comercial e novos produtos financeiros, com o objetivo de acelerar o crescimento da fintech.
Serão lançadas duas novas linhas de crédito: uma para pessoa jurídica e outra para antecipar os recebíveis das companhias que fazem o projeto e a instalação dos painéis. Com elas, a expectativa é chegar a uma carteira de crédito de R$ 350 milhões daqui a um ano.
"Estamos animados em apoiar a Solfácil e o seu crescimento sustentável no Brasil, um dos mercados mais atrativos do mundo para energia solar e fintechs. Dada a experiência do time no setor e a resiliência do seu modelo de negócios, é uma oportunidade para reduzir o custo de energia para consumidores e empresas", afirma Scott Sobel, sócio-fundador da Valor Capital Group.
Segundo dados da PV Magazine, somente 0,3% das unidades consumidoras no Brasil possuem energia solar, enquanto em países como a Austrália a adoção residencial é superior a 20% e, nos Estados Unidos, 3%.
Somente em 2019, o setor de geração distribuída movimentou mais de R$ 6 bilhões em aquisições de sistemas solares no país, de acordo com dados da Aneel e preços médios do mercado.
Isso representa um crescimento de 236% no número de instalações em comparação com 2018. No primeiro semestre de 2020, o crescimento foi de 90%.
Fundado em 2011, o Valor Capital Group é focado em oportunidades entre Brasil e Estados Unidos, com escritórios em Nova York, Vale do Silício e São Paulo.