
Programa de incentivo a startups está parado há dois anos. Foto: Pixabay.
O Startup Brasil não está morto, devendo ter um edital para uma nova turma de empresas nascentes publicados até o segundo semestre deste ano.
Foi o que garantiu o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação ao Baguete por meio da sua assessoria de imprensa.
Talvez a essa altura dos campeonato seja necessário refrescar um pouco a memória do leitor sobre o que nós estamos falando aqui.
Lançado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff como um fomentador-chave do empreendedorismo no Brasil, o Startup Brasil dava empréstimos a fundo perdido para companhias de tecnologia, em um projeto que envolvia também aceleradoras de todo o país.
Foram 183 startups apoiadas em quatro turmas nos anos de 2013 e 2014.
Em 2015, já com os efeitos da crise econômica batendo, o edital do primeiro semestre não aconteceu.
Foi prometido um edital para o segundo semestre, que também não aconteceu.
Em fevereiro de 2016, o então Ministério da Ciência e Tecnologia chegou a enviar um e-mail para as aceleradoras participantes do projeto prometendo uma nova seleção de startups no primeiro semestre.
No meio tempo, no entanto, a presidente Dilma Rousseff foi afastada do cargo e o Ministério da Ciência e Tecnologia foi fundido com o das Comunicações, sob o comando de Gilberto Kassab.
Depois disso, os novos comandantes do ministério garantiram que uma seleção seria feita no segundo semestre de 2016, o que, como vocês devem estar adivinhando, também não aconteceu.
Igor Mascarenhas, que comandava as operações do Startup Brasil, saiu do programa em janeiro de 2016 (está hoje na Startup Farm) e nunca foi substituído.
Nos círculos ligados a aceleradoras e startups, a expectativa por uma nova edição do Startup Brasil é baixa, para ser eufemístico.
Mas dentro do governo, o programa não parece estar totalmente enterrado.
Recentemente, Kassab abriu encontro do Conselho de istração da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), que, desde agosto de 2014, opera o Startup Brasil.
Durante o encontro, a assembleia geral da Softex elegeu e declarou como presidente do conselho de istração o deputado federal Sandro Alex (PSD-PR), vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI) e integrante do mesmo partido que Kassab.
O presidente da Softex, Ruben Delgado, apresentou ao ministro o relatório anual de 2016, que tinha entre seus destaques o Startup Brasil, a essa altura emperrado há quase dois anos.
"O sucesso foi tão estrondoso que, para cada dólar investido pelo governo, a iniciativa privada aportou 3,5 dólares", disse Delgado, apontando o programa como um “marco” e destacando o prêmio ganho no 20º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal, entregue em 2016 pela Escola Nacional de istração Pública (Enap) e pelo Ministério do Planejamento.
Nos discursos em Brasília, o Startup Brasil não acabou. Agora é só aguardar até o final do ano para ver se ele seguirá existindo também na prática.