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Da esquerda para a direita: Flavio Catani, Samantha Albuquerque, Ursula Vieira e Alfredo Silva (Foto: Divulgação)
A Luz, startup que se posiciona como uma “fornecedora digital de energia”, acaba de entrar no mercado, com a proposta de digitalização de um mercado bem tradicional: o fornecimento de energia elétrica para clientes de baixa tensão.
A promessa é oferecer dados sobre o consumo de energia elétrica em tempo real e descontos na conta de luz aos clientes da FL do interior de São Paulo, em 278 municípios atendidos pela distribuidora em um primeiro momento.
“Fizemos uma ampla pesquisa nacional que nos revelou que somente 30% das pessoas estão satisfeitas com seu serviço de energia atual”, conta Samantha Albuquerque, cofundadora da Luz.
Segundo a startup, o objetivo é atuar como uma opção para que os consumidores de baixa tensão, aqueles que exigem tensão inferior a 2,3 kV, possam se “libertar” das amarras das distribuidoras que os impedem de escolher sua fornecedora, além de não abrirem informações sobre os fatores determinantes do seu consumo de energia.
A escolha pela estreia no interior paulista se deu devido à proximidade das regiões com a capital, que abriga a sede da Luz, e à dimensão de alcance da área – apenas no interior de São Paulo, a FL tem uma base de 4,7 milhões de clientes.
Hoje, habitantes de cidades como Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Bauru, já podem se tornar clientes da Luz.
Inicialmente, o principal foco da fornecedora está voltado para clientes residenciais e comerciais, apesar de também atender consumidores de outros portes.
O serviço funciona através do Sistema de Geração Compartilhada, lei sancionada este ano, a qual institui o marco legal da micro e minigeração de energia, permitindo que consumidores, dentre eles, empresas, produzam a própria energia a partir de fontes renováveis, como é o caso da Luz.
“Estamos focados em trazer resultados para levar para o consumidor a qualidade do atendimento. Sentimos que isso é uma das dores do cliente junto às distribuidoras e queremos resolvê-la com qualidade e humanização”, explica Flavio Catani, cofundador da Luz.
Catani é um profissional experiente no segmento de telecomunicações, com agens em cargos de diretoria na área de vendas da Apple e Nokia, além da gerência de contas chave na TIM. Albuquerque foi ex-CMO do Grupo Dafiti e gerente global de marketing da Johnson & Johnson.
Atualmente, cerca de 25% da energia gerada pela fornecedora é própria de seus parques solares, enquanto o restante é arrendado de parceiros não revelados do segmento de energia.
Com isso, a Luz promete aos clientes uma energia mais barata, com desconto na fatura que varia de 10% a 30%, superando os valores cobrados pelas distribuidoras.
A economia reada aos clientes, advém da transformação de energia em crédito, transferido então para a conta de luz do consumidor.
O valor dos planos ofertados varia de acordo com o perfil, região e custos do cliente, sempre se baseando no que já é pago às distribuidoras.
Uma das opções, é um plano sem fidelidade. O revés da liberdade contratual, entretanto, é um desconto menor e a cobrança de uma taxa de instalação.
Ao optar por um dos planos com contrato, o cliente pode decidir entre um acordo de três ou cinco anos, seguindo a lógica de que, quanto maior o tempo do compromisso, maior o desconto.
O modelo de negócio também é uma estratégia para acelerar e capilarizar o crescimento da empresa, fugindo dos altos custos e tempo de construção de fazendas solares próprias.
Por enquanto, o serviço pode ser contratado apenas por meio do site da Luz, e, uma vez cliente, todos os processos são realizados on-line.
A previsão é de que, até o final desse ano, clientes em potencial possam realizar a contratação dos planos diretamente pelo aplicativo também.
Através dele, a Luz concede ao cliente o a dados referentes ao seu padrão de consumo, para entender quanta energia utiliza por hora, dia e mês, se possui picos de uso ou não e obter uma previsão de gastos.
Os benefícios do app estão disponíveis exclusivamente para aqueles que já contrataram os serviços da fornecedora.
Em janeiro de 2023, a fornecedora deve lançar uma nova funcionalidade, em que o consumidor poderá identificar com o auxílio de um medidor inteligente quais aparelhos mais consomem energia em seu imóvel, a fim de conscientizar a prática do consumo eficiente e ensiná-los como economizar energia por meio de dicas personalizadas.
Será possível, por exemplo, receber um alerta pelo no celular de que um banho tomado em horário de pico eleva o valor da conta, aliado a uma sugestão de que o chuveiro seja ligado em outro momento para diminuir o valor da fatura.
Em pouco tempo de existência, a Luz já recebeu um aporte de quantia não divulgada do Grupo Delta Energia, empresa de energia nacional. Catani afirma que o montante será destinado para garantir o crescimento da empresa nos próximos cinco anos diante de um acordo a longo prazo.
Alfredo Silva, atual diretor de tecnologia da Delta Energia e ex-CTO para a América Latina da BTG Pactual, também está no time de criadores da startup, assim como Ursula Vieira, ex-gerente comercial da Delta Energia. A executiva também ou pela BTG, onde foi diretora de relacionamento com o cliente.
Para um futuro próximo, a fornecedora projeta atender mais cinco estados nos próximos dois meses, chegando a cobrir todo o território nacional até 2024.
Uma meta mais ambiciosa, é atingir dois mil clientes até dezembro e somar 100 mil consumidores até o final de 2023, para que possa atender milhões de pessoas em poucos anos.