
Cristiano Caetano: profissional da qualidade de software ainda não é plenamente reconhecido
Atividade com pelo menos 10 anos no Brasil, o teste de software ainda luta pelo seu reconhecimento entre as empresas.
A avaliação é do diretor técnico da consultoria em teste de softwares Qualister, Cristiano Caetano, autor da Pesquisa Cargos e Salários 2010, que analisa os ganhos dos profissionais da área de qualidade de software no Brasil.
“Essa profissão ainda não é plenamente reconhecida no Brasil”, lamenta Caetano.
Segundo Caetano, a falta de cargos como analista de testes em outras pesquisas de mercado é uma prova do não reconhecimento.
Para o executivo, a maior dificuldade de valorização está nas empresas menores, onde a “cultura da qualidade não é muito presente”, e onde os salários para os profissionais da área tendem a ser menores, em comparação com grandes companhias.
“Muitas vezes as empresas gastam com a solução de bugs de um produto pronto quando, na verdade, economizariam se investissem num teste mais qualificado. Eles convivem com retrabalho diário quando uma mudança na rotina de produção seria muito mais vantajosa”, critica Caetano.
Apesar do cenário aparentemente desfavorável, Caetano é contra o desânimo. Palestrante e autor de livros na área, ele aposta que “o profissional da área de qualidade é o profissional do futuro”, desde que bem preparado para exercer a função.
“O mercado vai exigir mais do que o uso de um sistema. É preciso investigar questões de segurança e outras rotinas complexas. Ter uma boa formação é essencial: curso universitário é pré-condição. Depois vêm os diferenciais, como domínio de inglês, certificações ou pós-graduações em testes e qualidade”, sugere.
Maior a qualificação, maior o salário
No levantamento, o salário médio chegou a dobrar entre o profissional sem formação e os com diploma universitário. Em se tratando de certificações, os ganhos podem ir de R$ 2.807 – testador sem certificação – para R$ 6.120. Em outras áreas, como o analista programador de sistemas, os salários vão de R$ 3.107 a R$ 9.408, segundo a assessoria em RH Manager.
A certificação mais valorizada seria em CSTE, seguida por PMI/PMP, CSQA, ITIL, CBTS, CTFL e COBIT.
Segundo a pesquisa, que não foi feito em caráter científico, os salários variam de R$ 1.420 a R$ 5.228, em diferentes níveis e funções – do tester ao gerente de testes.
No mercado gaúcho, as médias salariais para as seis funções pesquisadas foram de R$ 1.458 (testador), R$ 2.580 (auditor de qualidade), R$ 2.612 (analista de testes), R$ 4.045 (automatizador de testes) e R$ 4.069 (outras funções não especificadas).
Na avaliação de Caetano, médias que refletem um mercado forte e interessante para a área.
“Como há várias empresas grandes atuando em Porto Alegre, o mercado tende a ser um dos melhores para se trabalhar”, completa.
Participaram 1219 profissionais da área de qualidade de software, sendo o estado de São Paulo o que teve a maior participação – 438 respostas. O Rio Grande do Sul foi o segundo, com 157 participantes.
Complementam a lista de bons mercados também entram São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
“Cada vez mais todas empresas vão implementar rotinas de teste e o profissional de qualidade vai ser reconhecido”, completa Caetano.
A pesquisa pode ser conferida no link relacionado abaixo.