
Profissionais qualificados estão deixando o país. Foto: Pexels.
Um em cada quatro alunos da graduação ou pós-graduação em Ciência ou Engenharia da Computação da Ufrgs saíram do Brasil.
O dado é de um levantamento realizado pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2019, do qual participaram 754 ex-alunos.
Boa parte foi contratada por empresas de grande porte como Amazon, Facebook, Google, Intel ou Netflix, ou por universidades localizadas principalmente nos Estados Unidos e Europa.
O dado é um pouco antigo, mas serve para dimensionar o fenômeno da chamada “fuga de cérebros”, como é conhecida a emigração de profissionais com alta qualificação acadêmica.
A metáfora é dos anos 80, outra década na qual muitos brasileiros decidiram deixar o país, e voltou à pauta nos últimos anos, quando a crise econômica gerou uma combinação de falta de verbas para os profissionais no mundo acadêmico com falta de vagas bem pagas na iniciativa privada.
“Vemos com preocupação essa tendência crescente de fuga de cérebros, pois são profissionais formados com recursos públicos que deixam de contribuir diretamente com o crescimento do país. Por outro lado, não temos como impedir essas saídas”, disse ao jornal gaúcho Zero Hora o ex-coordenador do programa de Pós-Graduação em Computação na UFRGS e professor do Instituto de Informática João Comba.
De 2019 para cá, com o agravamento da crise econômica, o número de emigrados na UFRGS provavelmente aumentou.
O Instituto de Informática da UFRGS foi fundado em 9 de novembro de 1989, mas a atividade acadêmica em torno do assunto começou na década de 70, o que torna a universidade federal gaúcha umas das pioneiras no assunto no país.
Com cerca de 70 professores, o corpo docente está entre os maiores do Brasil.