
Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs.
A Totvs fechou o ano ado com uma receita de R$ 2,28 bilhões, uma alta de 8,1% frente aos resultados de 2018.
Com o resultado, a gigante brasileira de sistemas de gestão emplacou um acelerada no seu ritmo de crescimento, que havia sido de 4,1% em 2018.
Os resultados do quarto trimestre estão em linha com os números gerais, com uma receita líquida de R$ 579,3 milhões, e alta de 8,1% na comparação entre 2019 e 2018.
Como costuma fazer, a Totvs enfatizou na sua divulgação o crescimento da receita recorrente, que aumentou 11,8%, em comparação a 2018, alcançando R$ 1,72 bilhão e 75,8% do total.
Os dados de receita recorrente são importantes porque sinalizam que a Totvs já está bastante adiantada na sua estratégia de migração do modelo convencional de venda de software por licenças para de s mensais.
No curto prazo, uma migração desse tipo afeta o faturamento e o lucro, o que, junto com a crise econômica dos últimos anos, contribuiu para baixar o ritmo, ou, no caso de 2016, fazer a Totvs retroceder o ritmo de crescimento como um todo.
Os últimos dois resultados de crescimento, próximos da casa dos 10%, sinalizam que talvez a empresa possa voltar a emplacar uma expansão como a vista no ado, quando crescimento de dois dígitos era a regra.
''O balanço do período é positivo: 2019 foi um ano de expansão e crescimento para a companhia, com aceleração de iniciativas que vinham em evolução ao longo de 2018, alavancadas pela implementação de novas frentes e diretrizes estratégicas", destaca Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs.
Herszkowicz, que assumiu o comando da Totvs em novembro de 2018, também lembrou da Laércio Cosentino, fundador da Totvs, hoje no comando do conselho de istração.
''Conseguirmos concluir de forma bem-sucedida o desafiador processo de sucessão de uma das maiores empresas de software de gestão do mundo, preservando o legado do fundador", complementa Herszkowicz.
Herszkowicz talvez esteja sendo algo modesto. A verdade é que foi um ano e tanto para a Totvs, que aproveitou a alta da bolsa para captar R$ 1 bilhão no mercado de ações em maio, se capitalizando para comprar a Supplier, uma empresa especializada em intermediação de operações de crédito entre clientes e fornecedores, por R$ 455 milhões em outubro.
Com a compra da Supplier e uma t venture com a VTEX, a maior player brasileira de plataforma de e-commerce, a Totvs estruturou o que está chamando de frente de techfin, abrindo toda uma frente de receitas para a companhia.
Nos últimos dias do ano, a Totvs anunciou ainda a compra da Consinco, uma das maiores empresas do país em sistemas para varejo, atacado e distribuição, por um valor inicial de R$ 197 milhões, ao qual podem se somar outros R$ 55 milhões pendente do cumprimento de metas até 2021, levando a cifra até R$ 252 milhões.
A compra da Consinco reforça a presença da Totvs no mercado de supermercados, um dos poucos entre os 12 nos quais atua no qual a companhia não tem uma participação relevante no país.
A Totvs não só comprou. Ela também vendeu. No caso, a Bematech, uma aquisição de R$ 550 milhões feita pela empresa em 2015.
A Betamtech foi vendida para a Elgin por R$ 25 milhões, o que transforma o negócio em provavelmente o pior já feito no setor de tecnologia brasileiro.
Herszkowicz, durante uma teleconferência com analistas, reconheceu que a entrada no negócio de hardware deu errado e que era hora de tentar outras abordagens.
O acordo com a VTEX e a compra da Supplier são parte do novo plano.
O mercado está respondendo muito bem. Ao longo de 2019 os papéis da Totvs registraram um crescimento de 125%: saíram de R$ 28,65, em janeiro de 2019, para R$ 64,55, em 30 de dezembro do mesmo ano.
O resultado é quatro vezes mais do que o índice Ibovespa, que reúne as ações das 70 maiores do capitalismo brasileiro.
A Totvs, aliás, ou a compor o índice Ibovespa em 2019, sendo a primeira empresa de tecnologia a entrar no grupo.