
eVTOL: você ainda vai viajar num. Bom, talvez não. Ninguém sabe.
A Toyota acaba de firmar parceria com startup californiana Joby Aviation para o desenvolvimento de uma aeronave elétrica de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOL) capaz de levar quatro ageiros e mais o piloto.
Para alavancar o projeto, a montadora japonesa colocou US$ 394 milhões na Joby e terá seu vice-presidente Shigeki Tomoyama no conselho istrativo da startup.
A Joby foi fundada em 2009 e de lá para cá já ou por três rodadas de investimento. Na mais recente, arrecadou US$ 590 milhões, sendo 2/3 destes via Toyota.
Em 2019 a Joby foi a primeira fabricante a fechar parceria com a Uber através do programa Uber Elevate, o mesmo que a Hyundai aderiu recentemente.
Existe atualmente uma corrida para o desenvolvimento de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL, da sigla em inglês).
Boeing, Airbus e Embraer já embarcaram nessa onda. A startup chinesa Ehang e a alemã Volocopter já vêm trabalhando no conceito há tempos. Há muitas outras startups em busca do sonho do carro voador.
A nova indústria da mobilidade está atirando em todas as direções para ver se acerta em algum alvo. Os eVTOLs são uma das apostas. Mesmo se não vingarem, os protótipos servem de showcase e isca de estande em grandes feiras internacionais.
Grandes empresas se sentem na obrigação de mostrarem que estão antenadas.
As previsões otimistas colocam o ano de 2024 como o ponto de virada para os eVTOLs. Outros já jogam a previsão para 2030, como é o caso da Embraer. Mas pode demorar mais que isso. Os maiores obstáculos para o sucesso dos eVTOLs são as baterias, segurança de voo e controle de tráfego aéreo.
* Carlos Martins é Diretor Executivo do E-24 Mobility Lab e idealizador da primeira corrida de carros elétricos do Brasil. Escreve para o Baguete sobre temas relacionados com indústria automobilística e mobilidade.