
Trump decidiu dar uma conferida no JEDI. O que vai acontecer agora? Foto: Gage Skidmore.
O presidente americano Donald Trump ordenou uma investigação sobre a mega licitação de US$ 10 bilhões do Pentágono para contratação de serviços de computação em nuvem, desatando um processo que pode culminar com uma grande rasteira na AWS, tida como favorita para levar o contrato.
Segundo a Bloomberg, Trump ficou sabendo recentemente da existência da licitação, que está na fase final e é disputada por Microsoft e AWS no momento. A Casa Branca teria pedido mais informações sobre os termos e condições do contrato.
O chamado t Enterprise Defense Infrastructure, ou JEDI, para usar a abreviatura bacana, está rodeado de polêmica, começando pela decisão de que só uma empresa deve levar o contrato de 10 anos.
A Oracle, uma das concorrentes desclassificadas no processo (junto com todos os grandes players de TI, incluindo também Google e IBM), está movendo uma batalha judicial na qual acusa o Pentágono de favorecer a AWS, sem grandes resultados até agora.
Com a via judicial travada, entrou em campo o lobby político. Dois senadores republicanos influentes, Marco Rubio, da Flórida, e Ron Johnson, do Wisconsin, fizeram movimentos para atrasar o fechamento do contrato, alegando que houve pouca competição.
Foi quando o assunto chegou aos ouvidos de Trump, ando a se tornar imprevisível, com possíveis complicações para a AWS.
Isso porque Jeff Bezos, dono da Amazon e da AWS, é também proprietário do Washington Post, jornal que faz uma cobertura crítica do governo Trump e já foi alvo do presidente em diversas ocasiões, assim como a própria Amazon.
Entre as companhias do Vale do Silício, frequentemente acusadas por Trump de serem pró-democratas e sabotarem seu governo, a Oracle é uma das que tem melhor relação com o presidente.
A Co-CEO da Oracle, Safra Katz, é considerada próxima do governo Trump. A executiva foi inclusive parte do time de transição da nova istração, tendo sido considerada para uma posição de alto escalão.
Segundo a Bloomberg, Katz teria jantado com Trump em abril, quando a Oracle ainda estava na corrida pelo JEDI.
Seria um fato sem precedentes uma intervenção direta da presidência em um contrato do Pentágono já na fase final. Mas fatos sem precedentes são a especialidade de Trump.