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Alexandre Moraes (Foto: Agência Brasil)
A Trump Media & Technology Group, pertencente ao atual presidente dos Estados Unidos, processou Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sob alegações de censura ilegal da direita nas redes sociais.
O processo foi registrado em um tribunal federal americano localizado em Tampa, na Flórida, na manhã desta quarta-feira, 19.
A notícia é do New York Times, que chama atenção para o fato de que a ação também conta com a participação da Rumble, plataforma de vídeos baseada na Flórida, que voltou a atuar no Brasil neste mês.
Popular entre políticos e influenciadores de orientação conservadora, o Rumble decidiu sair do ar no Brasil em 2022, depois de uma polêmica envolvendo o influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark.
As empresas acusam Moraes de censurar o debate político nos Estados Unidos, bem como violar a Primeira Emenda da Constituição do país ao determinar que a Rumble removesse as contas de comentaristas de direita brasileiros do site.
Moraes, em contrapartida, pontua que as determinações são essenciais para proteger o Brasil de ações antidemocráticas.
O NYT também relembra que, algumas horas antes de receber a notícia, a Justiça brasileira deveria decidir ou não pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em janeiro deste ano, Bolsonaro recorreu à publicação para pedir que Trump atuasse contra Moraes, em seu favor.
Em entrevista ao site, Bolsonaro disse: “Estou sendo vigiado o tempo todo. Acho que o sistema não quer me prender, quer me eliminar. Espero que a política de Trump se espalhe pelo Brasil”.
HISTÓRICO
O Rumble saiu do ar no Brasil em 2022, depois que o Supremo Tribunal Federal ter pedido o bloqueio do canal de Monark.
Como o leitor talvez se lembre, Monark se envolveu na época em uma série de polêmicas, com críticas à atuação do Tribunal Superior Eleitoral, naquele momento presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.
O pedido de bloqueio foi apenas para o canal do Monark, ou seja, somente a URL que direcionava ao conteúdo do influenciador. O Rumble alegou que tal ato feria a Constituição e caracterizava censura, já que qualquer conteúdo, ilícito ou não, seria bloqueado.
O Rumble foi criado em 2013 como uma alternativa ao YouTube, com a proposta de defender o livre discurso.
A plataforma ganhou destaque durante a pandemia de Covid-19, ao abrigar conteúdos conspiratórios sobre a crise sanitária e ao receber apoio de Donald Trump para veiculação de informações.
Uma apuração do Wall Street Journal revelou que, em 2020, a Rumble recebeu um financiamento de US$ 500 milhões da Narya Capital, empresa de capital de risco fundada pelo atual vice-presidente dos EUA, JD Vance.