
Apertem os cintos, o orçamento sumiu. Foto: Depositphotos.
O Twitter reduziu sua conta anual com a Salesforce em 75%, derrubando o valor de US$ 20 milhões para US$ 5 milhões.
A revelação é do site The Information e aponta uma tendência preocupante para a gigante de CRM: na medida em que grandes empresas de tecnologia cortam suas equipes, também se reduz o número de usuários de software e os valores totais pagos.
A redução no contrato do Twitter está no mesmo nível da redução total da equipe da rede social, que demitiu cerca de 75% dos seus funcionários depois de ser comprada pelo bilionário Elon Musk.
Os cortes no Twitter foram de longe os mais agressivos no mercado de tecnologia, mas a verdade é que quase todo mundo fez demissões em alguma quantidade.
No início deste ano, a própria Salesforce anunciou que iria demitir 7 mil funcionários, algo próximo de 10% da sua equipe global (o CEO, Marc Benioff, foi se recuperar da decisão na Polinésia).
Em novembro de 2022, a Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, demitiu mais de 11 mil funcionários — o maior corte da sua história, reduzindo seu quadro de trabalhadores em 13%.
A Microsoft disse que iria demitir cerca de 10 mil funcionários até o final de março, quase 5% de uma força de trabalho global de 221 mil pessoas. Mesmo players mais tradicionais, como a SAP e IBM, fizeram cortes modestos, na casa do 1,5% e 2,5%, respectivamente.
Empresas de tecnologia são um dos grupos de clientes chave da Salesforce, o que torna o problema ainda mais complicado.
Não que nos demais grupos de clientes o cenário seja muito inspirador para fornecedores de software.
Segundo relata o The Information, grandes empresas como a varejista Target já tomaram medidas para reassumir o controle das compras de software, que nos últimos anos vinham sendo cada vez mais conduzidas por gerentes de nível hierárquico mais baixo.
O objetivo é apertar o cinto, o que pode levar por exemplo a que muitas empresas troquem o Slack, um produto popular entre os profissionais pelo qual a Salesforce pagou uma baba de dinheiro, por alternativas de concorrentes como a Microsoft e o Google, que vêm em pacotes, com custos menores.