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Luís Lamb. Foto: Baguete Diário
O aguardado Parque Tecnológico da UFRGS deverá ter um reforço extra dentro na universidade.
Com projeto orçado em R$ 8,5 milhões, o Instituto de Informática da federal gaúcha inicia, até 2013, a ampliação da sua área – dos atuais 7,5 mil metros quadrados para 11 mil.
Novos pavimentos de aula, laboratórios e espaços para a participação de empresas estão previstos no esboço original da reforma.
No entanto, nenhuma dessas instalações será na área prevista para o parque.
Porém, ressalta o professor Luis Lamb, diretor do instituto, as atividades do centro tecnológico serão integradas com todo o campus de informática, através dos novos laboratórios.
A mescla, defende o diretor, é fundamental para gerar conhecimento nacional.
“Nossa estratégia não é pegar tecnologia de fora e dar uma cara brasileira. Não é pegar chip do Japão, da China e da Coreia. Queremos sim desenvolver o conhecimento local”, insiste Lamb.
Falta só a licença
Do total necessário para as reformas, R$ 2 milhões já estão garantidos, da Petrobras e do Finep. Apesar de já ter o dinheiro, no entanto, o Instituto ainda depende de licenças ambientais.
Serão dois pavimentos novos, de 3,8 mil m2 e 4,3 mil m2 cada, além de um auditório de 1 mil m2.
Se o calendário andar dentro do esperado, as obras devem ser concluídas junto com a última etapa de uso da área 1 do Parque, que conta com a infraestrutura para a instalação de laboratórios de empresas, especialmente as âncoras, em 2014.
Antes disso, o Parque espera ter as primeiras obras para laboratórios da universidade já em 2012. No próximo ano, chegam os institutos de pesquisa.
Internacionalização
Segundo Lamb, as obras das novas instalações – do instituto e do parque – fazem parte da estratégia da universidade de ganhar destaque internacional, atraindo novas parcerias.
Hoje, a UFRGS manda 20 alunos de graduação por ano para o exterior e recebe outros cinco, em média. Além disso, há parcerias com outras empresas que poderão ser atraídas pela infraestrutura.
“Quem quer casar, primeiro tem que ter onde morar”, brinca.
A nova casa envolve a construção de um prédio “verde” nas proximidades de onde já fica o instituto de informática da universidade – no Campus do Vale da UFRGS, no bairro Agronomia, na zona Leste de Porto Alegre.
Segundo Lambi, a capacidade atual para empresas incubadas, deve ir de 15 para mais de 100 no novo prédio, que contará ainda com foyer, área comercial e um restaurante.
Nós também temos chip
Enquanto as reformas não vêm, a UFRGS segue apostando na sua força acadêmica.
Um dos projetos de pesquisa mais recentes é o de um chip mais resistente à radiação. Desenvolvido para uso em satélites, o projeto teve apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), CNPq e da Finep.
Além de aplicações para a indústria espacial, o componente poderá ser usado por setores como telecom e outros equipamentos expostos à radiação – radiologia clínica, por exemplo.
O modelo, desenvolvido pela NSCAD, empresa instalada na UFRGS, em conjunto com a professora Fernanda Kastensmidt, teve fabricação alemã, na X-FAB Silicon, mesma empresa que produziu o chip do boi, primeiro produto do Ceitec.
“Nós temos uma pesquisa forte nessa área. Somos uma das razões para a fábrica de chips Ceitec estar instalada aqui em Porto Alegre, e vamos continuar atraindo investimentos”, reforça Lamb.
Parque em fase de construção
Projeto em andamento há alguns anos, o Parque Tecnológico da UFRGS começou a andar no final do ano ado, quando foi definida a diretoria.
O projeto prevê que o parque tecnológico ocupe 1/3 do Campus do Vale, o qual possui área total de 6,5 milhões de m2, e irá abrigar empresas incubadas pelas unidades acadêmicas da universidade.
Para se ter uma ideia da dimensão, o Parque Tecnológico da Unisinos ocupa uma área de 140 mil m2 do campus localizado em São Leopoldo, enquanto que o Tecnopuc, da PUC-RS, ocupa 50 mil m2 do campus central da instituição.
Apesar da demora prevista no início das obras propriamente ditas, e do projeto como um todo, já que a ideia inicial era ter empresas em 2010, Flávio Wagner, diretor do parque, destaca que a UFRGS não está em absoluto partindo do zero do que tange à colaboração entre empresa e universidade.
Só o CEI, focado na área de informática, tem atualmente 15 empresas incubadas e já graduou mais de 30.
Projetos de pesquisa conjunta com empresas privadas – grupo no qual estão incluídas companhias locais como Altus, Digitel e , nascidas na Ufrgs nos anos 80, além de multinacionais como Microsoft, HP e Dell – movimentam atualmente R$ 200 milhões anuais.
Confira abaixo o mapa do parque tecnológico.
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