Mauricio Cerri, superintendente de tecnologia e inovação da Unimed do Brasil. Foto: divulgação.
A Unimed do Brasil prevê encerrar 2024 com mais de R$ 100 milhões em investimentos em startups e, para o ano que vem, pretende estruturar um Corporate Venture Capital (CVC) para chamar de seu.
Mauricio Cerri, superintendente de tecnologia e inovação da instituição, contou ao site Startups que algumas cooperativas do sistema já possuem estratégias de CVC operando de forma independente.
“Algumas Unimeds realizam investimentos individuais em startups. Algumas, inclusive, por meio de seus fundos específicos. Agora, estamos estudando a possibilidade de ter um fundo nacional para fazer esses aportes de forma estruturada”, revelou Cerri.
Com o projeto nacional em desenvolvimento, a tese de investimentos da companhia já está sendo elaborada e considera duas possibilidades.
“Pensamos em um formato de fundo mais tradicional, em que a Unimed do Brasil faça investimentos minoritários e potencialize o crescimento da empresa. Também avaliamos a possibilidade de abrir um cap table para que os médicos cooperados possam investir como pessoa física e obter retorno financeiro”, revelou Cerri.
Os planos também incluem a criação de uma venture builder, tipo de organização que oferece recursos intelectuais e operacionais às startups.
A relação da Unimed com startups começou ainda em 2021, quando a companhia acelerou alguns projetos. Esse movimento se consolidou com a evolução do hub de inovação Lab – Hub Unimed.
“Além do Lab – Hub, que é um projeto nacional, mapeamos as iniciativas de inovação específicas de cada cooperativa do país, fomentando projetos para que cada região tivesse seus próprios hubs e áreas de inovação”, conta Cerri.
A Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, por exemplo, conta com o Vibee, hub de inovação em saúde com foco em inovação aberta e intraempreendedorismo. Já o hub Vitall foi fundado com objetivo de fomentar e apoiar a adoção de novas tecnologias nas Unimeds do estado de São Paulo.
Além da conexão com o ecossistema, a Unimed do Brasil ou a estruturar startups internamente. Um exemplo é a Unimed Pay, plataforma voltada para a gestão financeira de médicos cooperados e prestadores de serviços de saúde cooperativistas, criada em 2022.
Em 2024, a marca anunciou o lançamento de três healthtechs criadas a partir da fusão de empresas menores do mercado, a startups Nexdom, Yuni Digital e Interall.
“Estamos finalizando a criação de mais uma startup, com lançamento previsto para março de 2025”, adianta Cerri.
A nova healthtech atuará no campo de prontuário eletrônico, telemedicina e atenção primária à saúde.
Essas startups são resultado do Programa Sinergia Unimed, que é parte do Plano Diretor de Tecnologia e Inovação (PDTI) lançado em 2023 para promover a convergência tecnológica em todas as 340 cooperativas e empresas da marca.
O projeto contempla a unificação de sistemas de gestão, interoperabilidade de dados, governança digital, inovação aberta, telemedicina e canais de atendimento digital.
“O mercado de saúde é grande e abrange áreas como engenharia clínica, sistema jurídico, back office financeiro, istração, entre outros. A parceria com o ecossistema de startups é fundamental para criar ganhos rápidos e efetivos”, ressalta Cerri.
Com mais de 56 anos de atuação, o Sistema Unimed possui 340 empresas e cooperativas, 118 mil médicos cooperados e mais de 20,5 milhões de beneficiários em planos de saúde e odontológicos.
Luana Rosales 1q154x
Repórter no Baguete Diário