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Ana Maria Guimarães. Foto: Unisinos.
A Unisinos fez a sua entrada na chamada “economia criativa” neste sábado, 16, com o lançamento da Escola da Indústria Criativa da universidade de São Leopoldo.
Desde 2012, a Unisinos tem agregado os cursos de graduação, pós, pesquisa e projetos de extensão a partir de eixos temáticos transversais chamados “Escolas”.
A Escola da Indústria Criativa é a quarta da Unisinos. Em 2012, a Escola Politécnica, que agrega cursos da área de Engenharia, foi lançada; e em 2013, a Escola de Gestão e Negócios e a Escola de Direito.
Num reflexo da diversidade de aspectos do conceito “economia criativa”, o novo eixo inclui desde cursos de comunicação como Jornalismo e Publicidade até Gastronomia, ando por uma série de formações em Design e os cursos de Comunicação Digital e Jogos Digitais.
Segundo o Panorama da Economia Criativa no Brasil, produzido pelo Ipea e tido como uma referência do setor no Brasil, 1,7% do PIB do país em 2009, aproximadamente R$ 55,7 bilhões, foi gerado por essa indústria, empregando mais de 4 milhões de pessoas.
É pouco em comparação com países como a França, onde a participação chega a porcentagem superiores à 3% na composição do PIB.
"Este conceito permite que a gente não forme profissionais quadrados, mas especialistas em sua função com ampla experiência que vem da conexão com outras áreas”, explica a decana da Escola, Ana Maria Guimarães.
De acordo com Ana, o novo conceito faz parte de uma preocupação de apresentar aos alunos uma nova visão de mercado, valorizando o empreendedorismo e vivência dos alunos em incubadoras, agências e estúdios experimentais, ainda durante a graduação.
Os coordenadores do curso de graduação em Jogos Digitais, Fernando Marson e Luiz Gonzaga Jr., ressaltam a importância dessas experiências, e citam a implantação, em 2013, do Estúdio Experimental de desenvolvimento de jogos Atomic Rocket Entertainment, que acaba de lançar a versão beta de seu primeiro jogo, "Lendas: A Carona".
Segundo eles, para o profissional dessa área, tão importante quanto saber projetar e programar um game é entender as dinâmicas de posicionamento, de estratégia.
A graduação em Design, conforme o coordenador do curso Fabrício Tarouco, têm gerado frutos e projetos integrados com grandes empresas como a Coza.
Foi anunciada também a parceria entre a agência Escala. A agência, que atende a conta da universidade, priorizará entre suas contratações estagiários e profissionais formados pela Unisinos.
A movimentação da universidade acontece em paralelo com a de outras instituições de ensino gaúchas, em um momento em que os governos em níveis federal e estadual começam a lançar os primeiros editais de fomento focados na tal economia criativa.
É aguardada para este ano a inauguração em Porto Alegre do Polo de Indústria Criativa, para o qual a prefeitura – que recentemente lançou um Comitê de Economia Criativa - doou um terreno de 7 mil metros quadrados para a ESPM investir R$ 10 milhões em uma iniciativa voltada para a área.
No final do ano ado, o Centro Universitário Metodista – IPA, anunciou um polo de economia criativa instalado na sua unidade do shopping DC Navegantes, na área do quarto distrito de Porto Alegre, focando nas áreas de Moda, Design e Arquitetura.
Em agosto do ano ado, a Feevale anunciou o lançamento do primeiro mestrado voltado para a área, o quinto mestrado oferecido pela instituição.
A fase II do Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS instalado em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre, também tem alguma ênfase na indústria criativa, principalmente produção cinematográfica e animação.
No ano ado, o governo gaúcho lançou editais totalizando R$ 12,1 milhões para incentivar o segmento no estado.
Do total, R$ 7,7 milhões são de verbas do Ministério das Comunicações operadas pela Fapergs, destinadas a uma universidade com um parque tecnológico interessada em criar um laboratório com recursos para uso compartilhado por empresas do setor.
Trata-se de um programa piloto do ministério para incentivar o setor sendo executado no momento no Rio Grande do Sul e Pernambuco. Outra verba de R$ 4,4 milhões tem como destino as empresas da área.
* Tiago Apollinario é pesquisador de Industrias Criativas e Audiovisuais e mestrando em Midiatização e Processos Sociais.