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Nelsio Storch e Dércio Dutra. Foto: Baguete.
A Universal Leaf Tabacos, uma das maiores compradoras de tabaco do mundo, com faturamento de US$ 2,5 bilhões em 2012, está usando mobilidade para monitorar a produção de fumo com tecnologia da Tekann, de Santa Cruz do Sul.
Batizado de MobileLeaf, o software já está sendo usado para controlar indicadores de qualidade de produto e socio-econômicos de 30 mil produtores no Sul do Brasil, devendo ser levado para a África, onde a companhia mantém operações em seis países do sudoeste do continente ainda em 2014.
“Nossa área comercial faz as vendas antes do produto ser colhido. Ter informações atualizadas quase em tempo real é muito importante”, explica Nelsio Storch, gerente de TI da Universal Leaf Tabacos.
De acordo com Storch, que esteve apresentando o case durante o Seminário Executivo Sucesu-RS de 2013, em Gramado, nesta sexta-feira, 04, antes a coleta das informações era feita em papel por uma equipe de 161 técnicos agrícolas em seis visitas anuais.
Os dados demoravam um tempo médio de quatro semanas, do campo até as mãos do gestores da empresa e havia problemas sobre a confibilidade dos dados, desde erros de coleta e digitação até a dificuldade em confirmar se, efetivamente, os técnicos estiveram onde deviam.
Com a solução da Tekann, uma empresa especializada em tecnologia móvel com clientes na área como Souza Cruz, Afubra e Japan Tobbaco International, o GPS dos tablets Samsung de 7'' adquiridos pela Universal Leaf garante o controle do trabalho dos ténicos.
O software também alerta para entradas de informação fora da curva, com grande possibilidade de erro, além de incluir tutoriais que podem ser apresentados no momento em caso de necessidade.
Uma parte importante dos dados coletados não tem a ver com a qualidade e quantidade do fumo que cresce nas lavouras e sim com indicadores relacionados a situação econômica e social dos produtores, que entregam uma safra anual para a Universal Leaf Tabacos.
“Os produtores que vendem para nós tem propriedades de 16 hectares em média, dos quais 2,5 vão para o tabaco, que garante metade da renda”, afirma Dércio Dutra, assistente da área de produção de tabaco da Universal, destacando que a empresa tem iniciativas para melhorar a viabilidade econômica e a segurança do manejo de agrotóxicos dos agricultores.
Ao levar o programa para a África, no ano que vem, a Universal Leaf Tabacos enfrentará novos desafios em implantar o MobileLeaf.
No Brasil, o principal problema é conectividade, o que é resolvido com a operação do offline do software, que envia os dados ao entrar em cobertura 3G ou Wi-fi.
Em países como Moçambique, Zimbáue, Malawi e Tanzânia, onde o software deve entrar em funcionamento no ano que vem, o programa será maior e mais complexo.
Apesar de produzir um volume similar ao brasileiro, os produtores africanos são 10x mais numerosos, assim como a força de técnicos. Além da dificuldade de conectividade, entram em cena problemas de so a energia elétrica, além da grande da variedade de requisitos legais e do tipo de produção feito em cada país.
Maurício Renner participou do Seminário Executivo Sucesu-RS de 2013 em Gramado à convite da Sucesu-RS.