
Stefan Wagner, presidente do SAP Labs Latin America.
A SAP apresentou nesta quinta-feira, 04, as 10 empresas escolhidas entre 40 candidatos para participar da primeira edição latino americana do Hana Startup Focus Program, iniciativa da multinacional direcionada a incentivar o desenvolvimento de aplicações baseadas na suíte de computação em memória Hana.
O grupo é variado em origem, com destaque para a participação gaúcha, com cinco empresas, seguido de duas paulistas, uma paranaense e duas companhias alemãs com operação na Argentina.
Varia também o foco e o tamanho, indo desde uma empresa de um homem só criada por estudante da Unisinos interessado em criar um substituto para o Google Reader, até uma aplicação complexa voltada para o mercado financeiro, ando por soluções de gestão de RH, inventário, istração de frotas e utilities [veja a lista completa abaixo].
Em comum, o fato de istrar grandes volumes de dados - o que transformar o uso do Hana como um alavancador de novos negócios - e o sonho de ser uma das escolhidas para receber um aporte do SAP Hana Real-Time Fund, que tem verbas de US$ 155 milhões para financiar o desenvolvimento de aplicações baseadas na nova tecnologia.
O programa é parte de um esforço global da SAP por converter-se em uma fornecedora de plataforma de tecnologia, atingindo 1 bilhão de usuários até 2015. A meta envolve colocar 1 mil empresas dentro do Hana Startup em 2013, contra pouco mais de 153 nos últimos nove meses. Desse grupo, a expectativa é que 20 sejam brasileiros.
Já lançado em uma dezena de cidades em todo mundo e operado no Brasil a partir do SAP Labs Latin America, centro de desenvolvimento e e da multinacional em São Leopoldo, o programa inclui licenças gartuitas do Hana e, para os melhores projetos, o a coach e eventos exclusivos da SAP.
“Esse é um momento de virada na nossa estratégia de negócios da SAP: 70% dessas aplicações são coisas que a companhia nunca fez”, afirma Aiaz Kazi, vice presidente sênior e chefe de tecnologia estratégica da plataforma de inovação da SAP. Para Kazi, o momento pode se confirmar no futuro como o equivalente para a SAP da volta de Steve Jobs para a Apple.
E que tal se saíram as startups brasileiras nos seus pitchs de quatro minutos? Bem, na avaliação de Kaustav Mitra, vice presidente do Hana Startup Focus Program, executivo da SAP que, só no ano ado, ouviu 800 apresentações de empresas iniciantes interessadas em participar da iniciativa.
“Notei que a maioria das empresas tem um profundo conhecimento de desenvolvimento e das necessidades dos clientes do segmento, devido ao fato de já terem um histórico de prestação de serviço”, afirma Mitra.
De acordo com Mitra, a SAP está mudando a estratégia do seu braço de investimentos, o SAP Ventures para promover o crescimento do HANA.
Os US$ 400 milhões investidos pela empresa até o momento foram destiandos para empresas mais consolidadas - LinkedIn, Red Hat e MySQL entre elas - em fases mais adiantadas e volumes maiores.
“Agora os cheques serão menores e para companhias em fase bem mais inicial”, garante o executivo.
Muito barulho, dinheiro e altos executivos, mas qual é o tamanho real da base de clientes Hana?
Isso não é tão fácil de dizer. A SAP fala que a novidade é o produto de maior crescimento na história da companhia – o co-CEO Bill McDermott, num momento mais empolgado, chegou a falar da história da informática.
Analistas já contestaram o entusiasmo, dizendo que a multinacional está inflando os números, em uma tecnologia cujo sucesso é determinante para manter o viés de alta das ações na bolsa.
Um slide mostrado de agem no evento falava em compras mais de 1 mil clientes em 24 indústrias, pouco menos de 20% dos quais (170) já tem a novidade ativa e 10% são clientes “reference able”. A base de parceiros ativos é 10, com mais 50 em processo de entrar. Da base total, um quinto não era cliente SAP.
Esses são os números em base mundial. No Brasil, a companhia divulgou em 2011 a meta de atingir 10 clientes naquele ano, número que não foi confirmado ou retificado desde então.
Entre os clientes cujos cases vieram a público estão a Marítima Seguros e a mineradora mineira Ferrous, além da Lorene, empresa paulista que trabalha com reciclagem de equipamentos eletrônicos.
O número deve aumentar depois que a SAP lançou o Tax Management Framework, uma solução que usa o Hana para agilizar a gestão tributária das empresas.
A Sonda já lançou um produto baseado na novidade, com meta de fechar 20 clientes em 2012.
OS 10 ESCOLHIDOS
SolidIT. Empresa fundada por Rômulo Igor da Conceição, Jonathan Baraldi e Cleandro Nilson, três ex-colaboradores da Ecofrotas, presta serviços na área de tecnologia para a companhia gaúcha de gestão de frotas, uma das maiores do ramo no Brasil. “Com o Hana, poderíamos oferecer análise de grandes volumes de dados para nossos clientes”, afirma Baraldi. A SolidIT foi eleita pelos presentes a mais inovadora.
Glooobal. Empresa alemã com operação na Argentina, especializada em análise de dados para a indústria de utilities. Fundada em 2011, sempre usou o Hana como plataforma tecnologia. Os clientes da empresa podem prever consumo dos clientes em tempo real. A Gloobal foi eleita pelos presentes o melhor pitch de 25 palavras.
Stark Systems. Empresa de um homem só – nada a ver com o grupo liderado pelo Homem de Ferro só fundada por Cássio Binkowski, estudante do último ano do curso de Análise de Sistemas da Unisinos. Binkowski quer criar um substituto para o Google Reader que seja capaz de usar os gostos do usuário para filtrar a avalanche de notícias recebida via RSS. O projeto foi um dos mais votados pelo público.
Wert Consultoria. Companhia paulista especializada em serviços de análise preditiva para a área bancária e de agronegócios. Emprega 25 consultores em São Paulo e atende clientes como Ambev, Braskem e BRDE.
Hexagon. Outra companhia alemã-argentina, especializada em análise de crédito. Está no momento concluindo um projeto com Hana para o Banco Galícia, grupo de serviços financeiros argentino com faturamento de US$ 1,3 bilhão em 2011. O projeto foi um dos mais votados pelo público.
Wolak Tecnologia. Empresa gaúcha especializada em software para inventário integrado com ERPs. Um dos projetos entregues até agora foi na Controil.
TrajectaLabs. Empresa gaúcha especializada em robôs que coletam dados e sugerem estratégias para compra e venda de ações, spin off da Trajecta, empresa com 10 anos de atuação na área de análise de dados. “Nossa estratégia é começar o negócio da TrajectaLabs internacionalmente. O mercado de trading algorítmico está lá fora”, explica Rogério Figurelli, CEO da empresa.
DiamondTI. Companhia paranaense focada em sistemas para a área de RH integrado aos ERPs SAP e Datasul/Totvs. Quer usar tecnologia para oferecer serviços que permitam aos departamentos de recursos humanos fazerem previsões sobre necessidades da área.
BuscaAcelerada. Agregador gaúcho de sites de compra e venda de carros usados fundado em agosto de 2012. Funciona com 60 fontes diferentes e fecho o último mês com 180 mil visitas e 1,2 milhões de pageviews. A BuscaAcelerada foi eleita pelos presentes a melhor solução de big data.
D$Cash. Empresa paulista criou um sistema de pagamentos móvel.