
Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica/Vivo. Foto: divulgação.
Antonio Carlos Valente, presidente nacional do grupo Telefônica/Vivo, declarou nesta terça-feira, 30, que o compartilhamento de redes e recursos para acelerar a implantação do 4G é uma possibilidade.
A sugestão de Valente, que falou sobre o assunto em palestra da Campus Party, em São Paulo, vem no encalço da decisão de operadoras como a Oi e TIM, que anunciaram na última semana que irão compartilhar suas redes para o estabelecimento do 4G.
Conforme reporta o Convergência Digital, o executivo acredita que novas frentes podem ser criadas para a implantação do novo sistema de internet móvel.
No entanto, para o executivo, ainda é preciso que a Anatel clarifique suas regras para este compartilhamento.
"Já pedimos informações e precisamos dessa posição oficial para evitar problemas regulatórios", ressaltou.
Para otimizar recursos e espectro de frequência, uma solução pode ser a divisão destes sinais. Inclusive, como frisou Valente, as teles já encaminharam à Anatel um pedido de estudo para avaliar se esta opção é viável.
"Se houver liberação, começa uma outra etapa que é definir os parâmetros desse compartilhamento. Há pontos relevantes como o billing, atendimento ao cliente. Mas é muito viável e pode reduzir bastante o custo", afirmou.
COBERTURA
O 4G, por ser um sistema de internet móvel de maior velocidade e dados com maior densidade, o alcance do sinal é reduzido.
Este fator demanda uma quantidade maior de antenas, fator onde o compartilhamento de redes e antenas seria uma alternativa para cortar custos.
Em particular, Valente destacou que um grande desafio será fornecer consistentemente a cobertura indoor (prédios, casas).
Mesmo assim, o CEO se mostrou cuidadoso ao falar sobre planos de possíveis esquemas colaborativos. Segundo ele, a Vivo já conta atualmente com a maior incidência de antenas compartilhadas (60%).
Em todo o país, a operadora possui uma infraestrutura de aproximadamente 13 mil sites. Segundo dados do Teleco, a operadora tem cobertura de serviços (tele, 2G e 3G) em 3.747 municípios brasileiros. A Claro, segunda colocada, cobre cerca de 3,6 mil cidades.
Para finalizar, Valente destacou que a opção de compartilhar as redes para a implantação do 4G será decisiva para as empresas, definindo o caminho do mercado para o futuro, tanto para quem topar ou não.
"O compartilhamento só é válido se for voluntário. Quem tem de decidir são as empresas", observou.