
Warren Buffett, megainvestidor americano. Foto: divulgação.
O Nubank acaba de receber aportes que somam US$ 750 milhões (cerca de 3,78 bilhões) em rodada liderada pela Berkshire Hathaway, gestora do megainvestidor americano Warren Buffett — que, sozinho, colocou US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,52 bilhões) no banco digital brasileiro.
De acordo com o site Valor Econômico, os outros US$ 250 milhões (cerca de 1,26 bilhão) vêm de um aporte adicional liderado pela americana Sands Capital com a participação de outros investidores, incluindo as brasileiras Verde Asset e Absoluto Partners.
A rodada é uma extensão da captação de série G anunciada em janeiro pelo banco e, com o capital adicionado agora, totaliza US$ 1,15 bilhão, tornando-se a maior da história na América Latina.
Em janeiro, o Nubank havia levantado US$ 400 milhões, obtendo um valuation de US$ 25 bilhões. Agora, o banco digital foi avaliado em US$ 30 bilhões (cerca de R$ 152 bilhões), o que significa uma valorização de 20% em dólares em menos de seis meses.
De acordo com a instituição, isso a coloca como "o banco digital mais valioso do mundo e uma das maiores instituições financeiras da América Latina".
Ao longo de oito anos de existência, o Nubank havia somado US$ 2 bilhões em investimentos recebidos, valor quase dobrado na série G.
Ainda de acordo com a publicação, a aposta de Buffett em uma companhia brasileira é rara, especialmente por ainda ser de capital fechado.
A negociação com a Berkshire começou em março e a gestora teria ficado particularmente atraída pelo ritmo de crescimento e pela nova operação de seguros da instituição.
“No caso da Berkshire, dado o background deles de seguros, ficaram bem impressionados com nosso Nubank Vida. A gente acredita que tem sido o produto de seguros de maior crescimento da história no Brasil”, afirmou David Vélez, fundador e CEO do Nubank, ao Valor Econômico.
Os novos investidores e alguns dos antigos, como a chinesa Tencent, estão de olho na continuidade de crescimento no país e a expansão internacional.
“O Brasil tinha condições muito únicas e, nos primeiros anos do Nubank, parecia que não ia dar para replicar o crescimento viral que temos aqui em outros países, mas México e Colômbia têm sido excepcionais”, contou Vélez.
Atualmente, o banco é o maior do mundo em número de clientes, com 40 milhões, e, nos primeiros cinco meses do ano, adicionou mais de 45 mil novas pessoas por dia à sua base. Além disso, concentra cerca de um quarto de todas as transferências Pix no país.
Com o aporte, a empresa quer apostar no crescimento de negócios no Brasil, México e Colômbia, além de continuar atraindo talentos globais.
Nas últimas semanas, o Nubank anunciou reforços como Matt Swann, ex-Amazon e Booking, como diretor de tecnologia, e Arturo Nuñez, ex-Apple e Nike, como diretor de marketing.
Para o conselho, a empresa chamou Jacqueline Reses, ex-presidente da fintech Square e atual presidente do conselho consultivo econômico do Fed em São Francisco, a consultora e escritora Anita Sands, o ex-presidente do BID, Luís Alberto Moreno, e Daniel Goldberg, sócio da Farallon e ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil.
Não é segredo que um IPO está nos planos do Nubank. Segundo a publicação, o banco teria dito em janeiro a seus investidores que pretendia fazer a listagem em 12 meses, principalmente para dar liquidez a alguns de seus acionistas.