
Wipro está no foco da ServiceNow. Foto: Depositphotos.
A Wipro fechou uma “parceria estratégica” de cinco anos com a ServiceNow, visando transformar a gigante de TI indiana numa grande vendedora das soluções de gerenciamento de workflow.
Em nota, a Wipro fala em “construir um negócio de US$ 1 bilhão" com a ServiceNow até o final de 2026, o que não é lá muito claro. A reportagem entende que isso significa atingir vendas anuais nessa cifra.
Caso seja essa mesmo a meta, é um objetivo notável, tendo em conta que o faturamento total da ServiceNow foi de US$ 6,89 bilhões, uma alta de 24% na comparação com o ano anterior.
A projeção da ServiceNow para 2023 é crescer mais 23,5%, chegando a US$ 8,5 bilhões. Se a empresa ficar na casa dos 20% anuais, deve chegar em 2026 com US$ 14,6 bilhões (só a Wipro seria então cerca de 8% disso).
E como a Wipro vai fazer isso? De acordo com a nota, as duas empresas fornecerão consultoria, implementação, configuração e serviços gerenciados para clientes em conjunto.
O interessante é que o cliente vitrine dessa colaboração é a Petrobras, que adotou em 2022 o software da ServiceNow para fazer o atendimento dos usuários de TI da empresa, em um projeto com implementação da Wipro.
A nota distribuída mundialmente por Wipro e ServiceNow traz inclusive uma frase de Caio Carélo, gerente de Infraestrutura e Operações da petroleira brasileira, rasgando um pouco de seda para as duas empresas.
“A Wipro e a ServiceNow são parceiros estratégicos da Petrobras, ajudando a impulsionar nossa agenda de transformação digital e inovação. A expertise da Wipro e o poder da plataforma ServiceNow nos permitiram dar vida à nossa visão de AIOps. Foi uma combinação vencedora para nós”, comenta Carélo.
(AIOPs é uma sigla mais ou menos nova, que significa inteligência artificial para operações de TI, um jeito bacana de incluir o tema IA dentro do mundo ServiceNow).
O interessante é que apesar do acordo mundial com a ServiceNow e da badalação do contrato da Petrobras, a Wipro não chega a ser uma empresa dominante nesse segmento no Brasil.
A Wipro tem uma posição mais discreta no relatório ISG Provider Lens ServiceNow Ecosystem Partners 2023, que avaliou 27 parceiros da ServiceNow no país.
(A análise da ISG funciona na moda do Quadrante Mágico do concorrente Gartner, apontando o posicionamento dos players em um mercado em quatro quadrantes diferentes, de acordo com um eixo que mede “atratividade do portfólio” e outro avalia “força como competidor”).
O relatório aponta a Accenture, uma gigante da área de consultoria, e a Aoop, uma empresa paulista, como as líderes disparadas em três categorias diferentes (consultoria, integração e provedores de serviço).
Alpar, Capgemini, Deloitte e Extreme Group também aparecem entre os líderes nos três quadrantes. Digisystem e Nuvolax estão em dois e a Wipro em um quadrante.