
Larry Ellison: "Cinco motivos para vir para a nuvem da Oracle". Foto: Oracle.
O Zoom, serviço de videoconferência mais badalado do momento, fez uma escolha que pode ser definida como surpreendente e fechou um contrato de computação na nuvem com a Oracle.
Com o contrato, o Zoom optou por não fechar com AWS, Microsoft ou Google, empresas que dominam o mercado de computação de nuvem, um ramo no qual a Oracle é um player de nicho até o momento.
Existem alguns motivos pelos quais a companhia pode ter decidido isso.
Um deles, segundo aponta o TechCrunch, é a determinação de mostrar ao mercado que o Zoom pode ser uma resposta para clientes no nível enterprise, e não apenas o público original de pequenas e médias empresas.
“Eu acredito que eles escolheram a Oracle porque eles são comprovados no segmento enterprise em termos de apps de missão crítica. A Zoom quer provar que eles podem lidar com escala e segurança muito além dos requisitos do mercado de médias”, disse ao site Brent Leary, fundador do CRM Essentials.
É um ponto de vista que sem dúvida agradaria à Oracle, mas, em um momento em que o Pentágono escolhe entre AWS e Azure, com a Oracle olhando do lado de fora, é de se pensar até que ponto o apelo corporativo da Oracle ainda seria um diferencial nesse nível.
Talvez uma explicação mais simples é que Amazon, Microsoft e Google todos tem ferramentas de videoconferência próprias, o que pode ter deixado o Zoom com um pé atrás.
A Oracle, que está precisando cacifar seu negócio de nuvem, pode ter oferecido um grande desconto.
Vale notar que Larry Ellison, fundador da Oracle, disse há algumas semanas que o Zoom era um “serviço essencial” para a sua empresa, o que agora, tendo em vista o contrato, parece uma puxada de saco estratégica para um novo cliente.
O Zoom a por um desafio e tanto: a empresa saltou de 10 milhões de usuários em dezembro para 300 milhões em março, um crescimento exponencial de fazer inveja ao coronavírus, que, com as medidas de quarentena e o aumento do home office, é apontado como o grande fator por trás do sucesso repentino do software.
Não há muitos detalhes sobre o contrato. Oracle e Zoom estão trabalhando juntas a seis semanas, e, de acordo com a Oracle, o Zoom transfere algo como sete petabytes de dados para a nuvem da companhia todos os dias (essa cifra é equivalente a 93 anos de filmagens em HD).