
O presidente da SAP Brasil, Luis César Verdi
Até o final do ano, o Hana, apliance da SAP que acelera em centenas de vezes a capacidade de processamento de aplicações analíticas de negócio usando computação em memória, deve ter três clientes rodando no Brasil.
Os primeiros clientes no país estarão junto ao grupo de companhias pioneiras na adoção da tecnologia, com a qual a multinacional alemã promete agitar o mercado de BI, ERP e banco de dados.
“Os primeiros clientes devem ser empresas com grande volume de processamento. Para elas o benefício do Hana é imediato”, aponta José Luis Verdi, presidente da SAP no Brasil, citando como exemplo os setores de varejo, utilities e seguros.
A SAP usou boa parte do dia final do Sapphire Now, evento mundial da companhia encerrado nesta quarta-feira, 18, em Orlando, para mostrar que o Hana é real, com uma avalanche de cases dos primeiros usuários da fase de testes da tecnologia, incluindo Colgate, Lenovo e Bosch.
Todos mostraram uma grande redução no tempo de resposta a consultas aos banco de dados – de 77 minutos para 30 segundos em um caso da Colgate – possibilitando modificações em tempo real em consultas a grandes bases de dados por meio de tablets.
Na própria SAP, os executivos tem o a todo o pipeline de vendas mundial da empresa, cliente a cliente, em iPads e Powerbooks. Na indiana Infosys, a tecnologia é usada para medir a margem de lucro dos projetos em tempo real, enquanto eles estão sendo executados.
Com todos os dados armazenados na memória dos appliances Hana, o novo produto – que já tem opções com hardware da Dell, Fujitsu, Lenovo, HP e IBM – abre também uma nova frente de batalha para a empresa na área de banco de dados.
A SAP tem uma estratégia de processar mais e mais aplicações dos seus ERPs por meio do Hana – alguns executivos falam em uma estratégia de “seis os para a morte do banco de dados - e o fundador e atual presidente do conselho da empresa, Hasso Plattner, deixou claro qual é o alvo durante seu keynote no Sapphirenow nesta quarta-feira, 19.
Depois de garantir que pesquisas independentes contratadas pela SAP comprovaram que o Hana bate os três sistemas de banco de dados líderes de mercado, sem mencionar nomes, Plattner disparou:
“Eu só não digo por quanto o Hana bateu o Exadata da Oracle porque não quero que eles nos processem mais uma vez”, alfinetou o sexagenário executivo, fazendo piada com a disputa judicial entre as duas empresas, na qual a Oracle pede US$ 2,3 bilhões de indenização pela má conduta de uma antiga subsidiária da SAP.
O Hana é a peça chave na estratégia da SAP de dobrar de faturamento até 2015, chegando a 20 bilhões de euros e 1 bilhão de usuários, multiplicados pela disseminação de aplicativos móveis de todo tipo.
Se os planos vão funcionar na velocidade de relampâgo prometida pelo Hana, o tempo dirá.
* Maurício F. Renner cobre o Sapphirenow a convite da SAP Brasil