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O concurso da Procempa realizado no mês ado teve um festival de reprovação, segundo a primeira divulgação de notas.
Com 33 das 70 vagas ainda em aberto, o resultado pode levar a um novo concurso em um prazo não determinado. Fazia 10 anos que a Procempa não abria uma seleção.
Apenas 3,77% dos candidatos obtiveram a pontuação mínima para ar na prova (70%). Quatro cargos ficaram com todas as vagas não-preenchidas na empresa porto-alegrense de TI, segundo levantamento do Baguete Diário, feito a partir das listas divulgadas pela organização do concurso.
São eles: técnicos em informática e em telecomunicações, e de analista de infraestrutura computacional e de redes computacionais, totalizando 25 vagas.
O resultado deixa a estatal longe de um dos objetivos do concurso: ter um cadastro reserva para repor o quadro funcional – que deve sofrer 30 baixas para a aposentadoria no curto prazo.
A esperança do diretor presidente da Procempa, André Kulczynski, era ter “gordura” por pelo menos dois anos – tempo de validade do concurso.
Apesar de ruim, o resultado não é definitivo.
O processo ainda está na fase de julgamento de recursos, pela Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul – FMP, a banca realizadora.
De acordo com a lista de recursos acolhidos, divulgada pela FMP, foram mais de 650 recursos encaminhados à banca – pouco num universo de 16,5 mil candidatos, e menos ainda nos cargos de TI, já que os recursos foram puxados pela área istrativa.
De acordo com a Procempa, o resultado final, pós-recursos deve ser conhecido ainda nessa semana.
NOVO CONCURSO?
Caso o cenário continue o mesmo, a alternativa mais provável é realizar um novo concurso. Em função das eleições nesse ano, os chamados nessa seleção devem ser homologados até sexta-feira, 13.
Já no caso de um novo concurso, as provas até poderiam ser feitas de acordo com a lei, mas as nomeações ficariam para depois do pleito de novembro.
Porém, o mais provável é que a definição sobre o assunto fique para a próxima gestão da Procempa, que pode ser outra em caso de derrota ou mesmo de vitória do prefeito José Fortunati.
Para a supervisora do setor de concursos da FMP, Lesliey Gonzales, o que pode ter levado ao resultado foi a exigência da Procempa em elevar a média para conteúdos gerais e específicos.
“Comumente, a média para o quadro geral é seis”, diz Lesliey. No caso da Procempa, foi 7,0.
Apesar do status do concurso até agora, Virgílio Costa, gerente de Recursos Humanos da Procempa, deixa claro que não a pela cabeça da direção da estatal pelo momento reduzir os níveis de exigência.
“Isso, pra nós, seria rebaixar o nível exigido dos candidatos. Somos uma empresa de TI, e precisamos selecionar os mais qualificados”, diz o gerente.
Costa explica que para a criação da prova já aplicada uma comissão de funcionários concursados da Procempa foi formada, propondo temas e enviando subsídios para as questões.
“São os proáveis chefes dos novos contratados”, acrescenta Costa.
Depois, a FMP elaborou as perguntas com base nessas informações.
CADEIRAS VAGAS
Alguns chefes vão ficar sem novos subordinados na empresa. Seguem vagos todos os postos nos cargos de técnicos em informática e em telecomunicações, e de analista de infraestrutura computacional e de redes computacionais.
Foram oferecidas, respectivamente, sete, três, seis e nove vagas, as quais concorreram 173, 59, 115 e 219 candidatos, também respectivamente, com salários de R$ 3.082,66 (nível técnico) e R$ 5.064,86 (analista).
Em outras situações, o número de aprovados se mostrou insuficiente para completar as vagas.
Foi o caso do técnico istrativo, analista de logística, analista de recursos humanos, cada um deles com uma vaga ainda em aberto, se mantida a lista com o resultado atual.
Já na disputa pelas 12 vagas para analista de programação de sistemas informatizados e georeferenciados, que teve 594 inscritos, o índice de aprovação foi de 1,18%, deixando em aberto cinco vagas.
SOBROU ISTRATIVO
No cargo auxiliar istrativo, com salário de R$ 1.771,82, foram 580 aprovados – uma exceção contratante ao restante do pleito, com o maior percentual de aprovação: 9,6%.
Tanto que a Procempa convocou um sorteio, já que os critérios convencionais previstos no edital (idade e pontuação em certas provas) não foi suficiente para determinar a ordem dos classificados e formar o cadastro reserva para a função.
Com o último concurso realizado em 1999, para 37 cargos, a estatal com cerca de três décadas de criação ainda tem no quadro funcionários contratados como digitadores ou analistas de OM.
MODERNIZAR O QUADRO
No novo edital, funções focadas em telecomunicações, logística, sistemas informatizados e georreferenciados, infraestrutura computacional e designer foram criados, para atender ao novo perfil da empresa.
Desde 1999, a empresa assumiu toda a telefonia da prefeitura de Porto Alegre, ou a atuar na área de videomonitoramento e a ter projetos de digitalização de documentos.
Além de instituir os novos cargos, o concurso abre a possibilidade de repor vagas que possam abrir em função de aposentadorias.
Na história da casa, informa o presidente, foram pouco mais de uma dúzia de aposentadorias. Numa empresa com média de idade de 50 anos no quadro, e cerca de 30 colaboradores em vias de se aposentar, Kulczynski não se importa de ter alguns candidatos na reserva.
PROCEMPA
Hoje, a Procempa conta com 320 funcionários, sendo cerca de 300 concursados, e o restante em cargo de comissão, todos CLT. Com as vagas oferecidas pelo concurso, o quadro chegaria a 390.
A Procempa fechou 2011 com faturamento de R$ 114 milhões, uma alta de 7% frente aos resultados do ano anterior. Do total da receita da estatal municipal de processamento de dados, 10% vieram de serviços prestados à iniciativa privada, o que totaliza R$ 11,4 milhões.
O faturamento mais que dobrou desde 2004, quando a companhia fechou o ano com R$ 48 milhões.