
Clientes da SAP tem o seu próprio ritmo. Foto: Pexels.
Os planos da SAP de migrar a sua base de clientes para o S/4 Hana, a nova versão do seu sistema de gestão, estão andando bem mais devagar do que o esperado.
Segundo uma estimativa divulgada pelo Gartner, 70% dos clientes ainda estão na plataforma ECC.
É uma cifra significativa, tendo em conta que a SAP tem por meta terminar o e normal dessa solução até 2027.
A data de 2027 já é uma protelação da meta inicial de 2025, anunciada em 2020. O S/4 Hana já está no mercado há sete anos.
Depois de 2027, a SAP seguirá oferecendo manutenção para o ECC, só vai custar um pouco mais caro.
A migração para o S/4 Hana não é um assunto trivial, uma vez que envolve um upgrade em sistemas que em alguns casos já estão rodando há mais de uma década, o que na prática equivale quase a uma nova implementação de ERP.
Ao mesmo tempo, a principal oferta da SAP envolve também o uso da solução na nuvem, o que ainda implica uma grande mudança de paradigma para muitos clientes.
A previsão do Gartner é que a SAP deve mostrar “flexibilidade”, tanto a respeito de onde os clientes rodam o software, quanto em relação ao e.
“Não será a primeira vez que a SAP vai de alguma forma ignorar os prazos, o que é o cenário mais provável. Eu não acho que eles vão conseguir cumprir a meta porque já se perdeu muito tempo”, disse ao site britânico The Ilona Hansen, uma VP do Gartner que é a principal analista da SAP.
Para Hansen, o conselho da SAP mudou bastante desde que o prazo final de 2027 foi anunciado, e os novos integrantes podem sentir que não são tão responsáveis por ele.
Na previsão de Hansen, a SAP deve afrouxar as regras para clientes que já começaram algum projeto ou piloto com S/4, mesmo que eles estejam longe de desligar o ECC.
Apesar de tudo, a análise do Gartner é otimista. Há um ano e meio atrás, a SAP lançou o Rise With SAP, um programa para acelerar a migração por meio de um pacote envolvendo provedores de serviço e grandes nuvens públicas, o que teria um impacto positivo.
“Eles podem demorar um pouco, mas devem fazer tudo certo. O Rise trouxe bastante movimento, então dê um pouco mais de tempo para eles. É a última chance da SAP”, resume Hansen.